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A visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Rio, para o G20, e a Brasília ocorreu dias depois da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Com uma política abertamente anti-China, Trump já verbalizou que pretende aumentar taxas sobre produtos chineses e também de outros países.

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Com isso, a expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensifique sua estratégia de estreitamento de laços com os países em desenvolvimento, como a China, na chamada diplomacia Sul-Sul.

Nesse contexto, os dois presidentes assinaram um plano de cooperação em projetos de infraestrutura e indústria, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas sem adesão formal do Brasil à chamada Nova Rota da Seda. A iniciativa, chamada formalmente de Cinturão e Rota, é um programa de mais de US$ 2 trilhões em contratos que prevê a realização de obras e investimentos para ampliar mercados para a China e a presença do país no mundo.

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A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas o Itamaraty entende que não há benefícios em aderir integralmente à Nova Rota da Seda, em meio ao cenário internacional conturbado e também devido à tradição diplomática brasileira.

A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Suema Mori, minimizou a decisão do governo federal de não aderir formalmente à iniciativa Cinturão e Rota.

Para a executiva, embora o setor do agronegócio demande investimentos bilionários em transporte e armazenamento, para melhorar o escoamento da produção para o exterior, ficar de fora não impede que esses projetos saiam do papel, eventualmente com recursos chineses.

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— Significaria passar a fazer parte de outro patamar de parceria com a China, mas o fato de não estar lá não significa que o país não vai receber investimentos.

Welber Barral, sócio do Barral Parente Pinheiro Advogados e ex-secretário de Comércio Exterior do governo federal, lembrou que aderir a esse novo patamar, mais elevado, de parceria com a China poderia atrapalhar as relações diplomáticas do Brasil com outros países.

— Havia uma expectativa da China de que o Brasil entrasse, mas a avaliação de vários diplomatas brasileiros é de que não havia uma vantagem concreta e que, por outro lado, isso poderia irritar os Estados Unidos e outros parceiros do Ocidente.