Sem a chance de concorrer ao Planalto, o ex-presidente fica mais dependente de aliados. Ele precisa de deputados e senadores para fazer sua defesa nos debates que ocorrem no Congresso.
O poder de Bolsonaro para discutir com presidentes de partidos também diminui. O ex-presidente tem ideias políticas bem diferentes das de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do qual faz parte. Bolsonaro também é aliado de Ciro Nogueira, presidente do PP, sigla do centrão que já apoiou e pode voltar a apoiar Lula.
Bolsonaro também se vê mais fraco em sua batalha contra o STF. O Supremo arregimentou simpatia por ser alvo de violência. O apoio institucional e da sociedade à Corte limita o campo de atuação do ex-presidente.
Tratado como arquirrival, Moraes sai fortalecido. As críticas aos inquéritos infinitos do ministro ganhavam volume, mas ficam em segundo plano quando se revela que ele esteve literalmente na linha de tiro da militância bolsonarista, segundo a PF.

O plano que ficou difícil de sair do papel
O bolsonarismo se considerava fortalecido a partir da eleição. O PL venceu em 517 cidades e sedimentou o entendimento de que a esquerda perdeu a conexão com o povo. O número é menor que a expectativa de mil prefeitos, mas epresenta crescimento de 32% em relação a 351 vitórias em 2020.