Operação do G20 mobilizou cerca de 22 mil militares do Exército, Marinha e Força AéreaReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Rio – O esquema de segurança montado pelas Forças Armadas para a cúpula do G20 foi executado com sucesso e dentro do planejado, conforme destacado pelo General de Brigada Lúcio Alves de Souza, chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Leste (CML). Em entrevista coletiva no Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio, nesta quinta-feira (21), o militar afirmou que o grande objetivo era garantir a segurança dos chefes de Estado e criar um ambiente de tranquilidade tanto para as autoridades quanto para a população carioca.
Com os principais líderes do G20 hospedados na Zona Sul, especialmente em Copacabana, foram montados 49 pontos fortes e intensificado o patrulhamento nas regiões de interesse, incluindo vias de acesso e hotéis. “Não só nos hotéis, esses pontos fortes, mas também nas vias por onde as autoridades circulavam”, explicou o general. A principal área de atenção foi o Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, local da cúpula do G20. Segundo ele, houve uma análise detalhada da região, identificando pontos de interesse e apoio, além de planejar as distâncias e posicionamentos das tropas para otimizar a execução das ações.
Outro destaque foi o sistema antidrone implantado para o evento. Uma área de exclusão foi estabelecida em Copacabana e no entorno do MAM, proibindo voos de drones e aeronaves, incluindo militares. “Tínhamos um sistema centralizado com protocolo de emprego. O equipamento rastreava e monitorava toda a área. Caso fosse detectada uma ameaça, os meios eram empregados para neutralizá-la. Apenas um incidente foi registrado, no Aterro do Flamengo, quando um drone entrou na área de exclusão e foi interceptado. Era apenas um curioso tentando fazer imagens do evento”, relatou o general.
“Eu sei que a população tem esse anseio, mas a Constituição é o que nos baliza. Então, por mais que seja uma vontade da população, eu tenho uma limitação legal. O que pauta a gente é a missão constitucional. A nossa missão constitucional prevê a defesa da pátria, a integridade das instituições, que dentro dessa missão constitucional tem lá a garantia da lei e da ordem. A gente é empregado, como aconteceu em todos os grandes eventos, precisa desse decreto de GLO, e esse decreto tem as especificidades dele. Por isso que nós somos empregados quando isso é decretado, porque aí nos dá poder de polícia. Talvez, para que isso fosse uma coisa permanente, seria necessário mudar a minha missão constitucional”.
O G20 é um dos mais importantes fóruns econômicos globais, reunindo as maiores economias do mundo para discutir temas cruciais como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, combate à fome e à pobreza, entre outros. Com a presença de líderes de destaque mundial e delegações, exige uma logística e segurança altamente complexas, sendo considerado uma vitrine para o país anfitrião. Entre os dias 14 e 19, a cidade do Rio recebeu diversos eventos, entre eles as reuniões da cúpula, nas últimas segunda e terça-feira.