Segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, diante os esclarecimentos feitos pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Gonet opinou contra a prisão. A manifestação marcou um recuo na posição da própria Procuradoria-Geral da República (PGR), que havia chegado a defender a prisão preventiva de Mauro Cid na última terça-feira (19), dois dias antes do depoimento.
Gonet acompanhou o depoimento de Mauro Cid por videoconferência, enquanto um auxiliar da PGR estava presencialmente no STF durante a oitiva.
Mauro Cid é acusado de omitir detalhes e apagar arquivos que revelariam informações sobre a trama golpista para não apenas impedir a posse de Lula, mas também assassinar o presidente da República, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Alexandre de Moraes.
Ao final da audiência, o STF informou que Moraes “confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid” e “considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal”. Segundo o STF, as “informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes”.
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e mais 33 pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.
De acordo com a PF, foi identificada uma “organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.”