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BRASÍLIA – Pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou publicamente, nesta quinta-feira (21), a operação da Polícia Federal (PF) que revelou um suposto plano de golpe de Estado comandado por militares, que envolvia os assassinatos dele, do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu sou um cara que tem que agradecer agora muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o Alckmin não deu certo. Nós estamos aqui”, afirmou Lula ao microfone, em um evento no Palácio do Planalto para divulgar planos do governo federal para a concessão de rodovias ao setor privado.

“Quando nós disputamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer o Brasil à normalidade. À civilidade democrática em que a gente faz as coisas da forma mais tranquila possível, sabendo que você tem adversário político, que você tem adversário ideológico, mas sabendo que de forma civilizada, você perde, você ganha. Você consegue fazer uma coisa e na outra vez, não consegue”, prosseguiu.

Lula citou ainda o plano do seu governo para a concessão de rodovias e voltou a citar as revelações da operação da PF. Sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista também falou do governo passado.

“Eu não quero envenenar ninguém, e nem perseguir ninguém. A única coisa que eu quero é que quando terminar o meu mandato, a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós. Eu quero medir com números quem fez mais escolas, que mais cuidou dos pobres, mais fez escolas, quem pagou mais salário mínimo. É isso que eu quero medir porque é isso que conta no resultado da governança.”

A PF deflagrou na terça-feira (19) uma operação para desarticular organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado que seria desencadeado em dezembro de 2022, para impedir a posse de Lula. Ele envolvia as mortes do petista, de Alckmin e Moraes, com tiros, explosões ou envenenamento.

Na terça-feira, a PF prendeu um agente da corporação e quatro militares do Exército acusados de integrar o plano, denominado Punhal Verde e Amarelo. Os militares são integrantes das Forças Especiais do Exército, também conhecidos como “kids pretos”, altamente especializados em ações de guerrilha, infiltração e outras táticas militares de elite usadas em ações clandestinas.