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Em 2016, o cronista e poeta Fabrício Carpinejar nos brindou com a crônica “Cafezinho”, demonstrando que tomar um café é sinônimo de afeto, amizade e alegria.

O café faz parte da cultura nacional e se tornou bebida essencial no dia a dia dos brasileiros. De fato, ela é a segunda bebida mais consumida no país, perdendo apenas para a água. Em média, cada brasileiro consome de três a quatro xícaras por dia, o que representa um consumo de 5,1 kg de café torrado e moído ao ano.

O expresso (opção concentrada e intensa) é o tipo preferido do povo brasileiro, seguido do pingado (ou café com leite). A terceira posição é ocupada pelo capuccino (mistura de café, leite, chocolate e canela).

Além dessas peculiaridades, o café é um dos vetores do nosso crescimento econômico. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, sendo responsável por 33% da produção e 26% das exportações mundiais.

Do ponto de vista científico, os efeitos da ingestão de café no cérebro têm sido objeto de inúmeros estudos ao redor do mundo. Primeiramente, é importante salientar que o principal componente do café é a cafeína, que também está presente em outras fontes alimentares, como chás, refrigerantes, energéticos, mate, guaraná e chocolate.

Dados recentes demonstram que a ingestão de café e cafeína é capaz de aumentar o estado de alerta e o bem-estar, além de auxiliar na concentração. Com isso, podem ocorrer perturbações do sono em pessoas sensíveis.

Nesse sentido, estudos apontam que até mesmo doses baixas (uma única xícara) reduzem a eficiência e o tempo total de sono em pessoas susceptíveis. Além disso, apesar de altas doses poderem causar sentimentos de ansiedade, tais eventos não são verificados com doses mais baixas.

O consumo de baixas doses de cafeína (duas xícaras) está relacionado a uma melhora do estado de humor e à redução da depressão. Com relação às enxaquecas e dores de cabeça, a cafeína potencializa efeitos dos medicamentos analgésicos.

Diversos estudos epidemiológicos demonstram com clareza que o consumo de cafeína ao longo da vida está associado à redução do declínio cognitivo relacionado à idade e a uma diminuição do risco de desenvolvimento das doenças de Parkinson, Alzheimer e AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame.

Resumidamente, a cafeína consumida em doses de 200 mg de uma só vez (duas xícaras e meia) ou 400 mg diariamente (cinco xícaras) não apresenta efeitos nocivos para a saúde humana.

Apesar dos dados animadores citados acima, evidências científicas atuais demonstram, infelizmente, que os produtores de café já estão sofrendo com os impactos das mudanças climáticas.

Alterações nas temperaturas e nos padrões de chuva aumentaram a ocorrência de eventos climáticos extremos em muitas regiões produtoras, resultando em perdas na quantidade de áreas adequadas para o cultivo, na produtividade e na qualidade dos grãos.

Além disso, variações do clima podem facilitar a disseminação de pragas e de doenças que afetam as plantações, danificando os grãos e reduzindo suas qualidades.

Nesse sentido, necessitamos de ações imediatas do governo federal, dos entes subnacionais e da sociedade civil no ritmo e com direcionamento assertivo para a implementação de políticas agrícolas e de planejamento climático que sejam viáveis e precisas.

Em linhas gerais, o consumo moderado de café não apresenta efeitos nocivos para a saúde humana. A frequência, a quantidade de consumo e o estilo de vida das pessoas são requisitos essenciais para a manutenção de uma alimentação culturalmente rica, saudável e equilibrada.

Finalmente, é um privilégio convidar vocês para uma xícara de café.


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