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Acordos favorecem o agronegócio e a reindustrialização do Brasil. Os 37 acordos firmados entre os dois países atendem a demandas do agronegócio brasileiro e também favorecem a inserção do Brasil nas cadeias produtivas chinesas. “Amarramos o PAC e principalmente o Nova Indústria Brasil, o processo de reindustrialização do Brasil, ao contexto chinês”, diz Trevisan.

China deve apoiar Brasil em rota de escoamento de produção via Peru. Outro ponto de destaque é o apoio chinês para a criação de rotas de integração sul-americanas, com foco especialmente em ferrovias e no escoamento de produção via Chancay, no Peru, onde a China acaba de inaugurar um megaporto.

Abrangência dos acordos chama a atenção. A mudança de status da relação entre os dois países se expressa no número e na abrangência dos acordos assinados. Dentre os 37 acordos estão temas como tecnologia, ajuda nuclear, satélites, bancos estatais, TVs públicas e bioeconomia.

Acordos mostram que relação vai além da balança comercial. Para Hsia Hua Sheng, professor de finanças internacionais da FGV, os acordos e a declaração conjunta dos dois países evidenciam uma relação mais profunda.

Esses acordos mostraram que na verdade a relação Brasil-China é mais que só balança comercial. É também na área social, os dois têm como propósito reduzir a pobreza, reduzir a fome, e também no lado cultural e de pesquisa. A relação não se restringe a negócios.
Hsia Hua Sheng, professor de finanças internacionais da FGV

Acordo envolvendo BNDES e banco chinês abre espaço para negociações sem uso do dólar. Sheng destaca o papel dos financiamentos e investimentos entre os acordos firmados, dentre eles o acordo que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o CDB (China Development Bank). “Os acordos mostram que Brasil e China poderiam ser financiados em moeda não dólar, que o Brasil e a China têm alternativas para financiar seus projetos prioritários”, diz.