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O ex-presidente soube do indiciamento a bordo de um barco em São Miguel dos Milagres, destino paradisíaco de apenas 8,4 mil habitantes no litoral de Alagoas, famoso pelas águas cristalinas, a 105 quilômetros da capital do Estado, Maceió (AL).

O ex-presidente tomava banho de bar e tentava pescar, apesar dos fortes ventos na região, ao lado do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, dono do barco, e do seu filho, Gilson Machado Filho (PL), eleito vereador pelo Recife (PE) nas últimas eleições.

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Ele recebeu a notícia por um telefone celular conectado à internet por um satélite da Starlink, empresa do bilionário trumpista Elon Musk, alvo de bloqueio judicial determinado por Moraes no auge da crise que levou à suspensão do X.

Segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, a notícia do indiciamento não surpreendeu o ex-chefe do Executivo, que já dava como certo que seria enquadrado pela PF no relatório final da investigação de uma trama para impedir a posse de Lula e Geraldo Alckmin.

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“É a 52ª vez que acontece isso. Já estamos acostumados com isso, ninguém ficou surpreso. Ele tem a casca grossa”, resume um aliado de Bolsonaro ouvido reservadamente pela equipe da coluna.

Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa, cujas penas somam 30 anos. Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se os elementos já reunidos são suficientes para apresentar uma denúncia.

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Apesar de interlocutores do ex-presidente da República já darem como certo que haverá, sim, uma denúncia, Bolsonaro acredita que não vai ser preso, pelo menos neste momento.

A leitura é a de que, com o resultado das eleições municipais brasileiras, que fortaleceram o campo da direita, e o retorno de Donald Trump à Casa Branca, uma eventual detenção do ex-presidente geraria uma comoção social e poderia provocar represálias do governo norte-americano.

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Bolsonaro deve permanecer em São Miguel dos Milagres até o início da próxima semana. Ele está hospedado com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em uma pousada de Gilson Machado. A ex-primeira-dama não fez o passeio de barco.

Por ora, não são apenas os ventos de Alagoas que parecem nervosos no caminho do ex-presidente.

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