Menino segue internada no Hospital Adão Pereira NunesArquivo / Pedro Teixeira / Agência O Dia
O incidente ocorreu na tarde de quinta-feira (23). Segundo familiares, os disparos que atingiram o garoto teriam partido de policiais militares. Ele foi levado ao hospital às 20h11, com um ferimento que provocou exposição óssea e muscular extensa, além de significativa perda tecidual. O menino passou por uma cirurgia conduzida pelas equipes de Ortopedia e Cirurgia Vascular, sem intercorrências.
De acordo com a família do menino, a equipe médica disse que vai observar como a criança reage ao tratamento para confirmar se ele vai passar ou não pela amputação. Luciano da Rocha, pai da criança, informou que um novo raio-x será realizado para avaliar melhor o ferimento na perna e a gravidade da lesão. Apesar do acompanhamento médico e da cirurgia inicial, os parentes afirmam que a possibilidade de amputação ainda não foi descartada.
“Vamos esperar o ortopedista e agora temos que fazer o raio-x para ver como vai ficar. Graças a Deus, ele acordou melhor hoje, respondendo bem aos remédios, mas só depois desse raio-x teremos um parecer melhor da situação”, explicou o pai.
De acordo com ele, o filho relatou que não havia indícios de tiroteio na região e que policiais saíram de uma área de mata, já atirando. Assustada, a criança correu na direção de casa, mas acabou sendo atingida pelos militares. Ele conta que o filho costuma jogar bola com os amigos todos os dias no campo de futebol e nunca havia presenciado nenhuma ação violenta no local.
A Polícia Militar informou que equipes do 15º BPM (Duque de Caxias) estavam em patrulhamento no bairro Pilar quando avistaram um veículo suspeito. Os ocupantes teriam atirado contra os policiais, iniciando um confronto. Na troca de tiros, um suspeito foi baleado e levado ao hospital, mas não resistiu. Após o confronto, os policiais relataram ter socorrido o menino de 11 anos, também encaminhado ao hospital. A corporação afirmou que instaurou um procedimento apuratório para investigar as circunstâncias do ocorrido.
Luciano ainda disse que, até o momento, não foi procurado ou recebeu qualquer apoio da corporação ou do Estado. Luciano pediu por justiça, para que outras crianças não sofram com a violência. “Do jeito que foi meu filho, pode ser outra criança daqui uma semana, daqui um dia. É muito violência”.
Em nota, a Polícia Civil comunicou que o caso foi registrado na 60ª DP (Campos Elísios). Os policiais envolvidos já prestaram depoimento e tiveram suas armas recolhidas para perícia. As investigações estão em andamento, e diligências estão sendo realizadas para identificar a origem do disparo que atingiu o garoto.