Falei muito da Bruna na entrevista, vou aproveitar a pergunta para elogiar também o Sergio Malheiros, coprotagonista. Ele sempre foi o meu voto para ser o Victor. Conheci o Sergio em uma festa de Réveillon na casa dele —fui convidado pela Sophia, esposa dele. Assim que nos apresentaram, soube imediatamente que ele seria o Victor. Ele tem um misto de carisma, humor e doçura sem igual para atores masculinos da geração dele. Um protagonista com brilho raro de encontrar.
Os streamings estabeleceram um jeito de fazer série em que tudo acontece muito rápido e que, na imensa maioria das vezes, a cena inicial apresenta um evento bombástico para fisgar o espectador. Essa velocidade, entretanto, nem sempre beneficia todo tipo de história. Qual o ritmo da narrativa de “Amor da Minha Vida”?
Como já disse, fui muito blindado pela estrela da série. Então o ritmo e as exigências normais de streaming não eram uma preocupação. Apenas a verdade do texto, a autoralidade. O mais importante era garantir, desde o início, que nossos temas estivessem claros ao longo do arco. É uma história sobre amor, claro. Mas também sobre amadurecimento e cura.
“Fisgar o espectador” não deve ser o objetivo, mas sim a consequência de um bom trabalho de roteiro, atuação, direção, fotografia, figurino, caracterização, direção de arte, montagem, trilha sonora, finalização, produção…
Claro que existem pedidos e demandas. Mas tudo precisa caber dentro do nosso universo. Existia a demanda por uma série adulta, o que combinava com a premissa que criei. É difícil falar de amor, de forma madura, sem falar de sexo. Por causa dessa demanda, escrevi cenas de sexo. Mas todas as cenas de sexo da série inteira trabalham em função do roteiro e da história que preciso contar de cada casal. Cada pegada, cada beijo. Toda cena de intimidade foi milimetricamente pensada para me ajudar a passar o que eu queria passar sobre a química e o jeito de se relacionar (e sentir, tocar…) de cada personagem de “Amor da Minha Vida”.