Ramagem encaminhou a Bruno Marques uma imagem de rede social que dizia: “Golpe à vista. Em 2010, a fabricante chinesa de computadores Lenovo comprou a Positivo Informática. Em 2020, a Positivo ganha a licitação do TSE para fornecer as urnas eletrônicas por R$ 799 milhões para as eleições de 2022. A esquerda ligou o modo turbo contra o presidente!”.
O relatório aponta que o tema voltou a ser debatido em agosto de 2021: “Foram identificadas ações clandestinas realizadas por servidores cedidos à Abin, sob o comando de Alexandre Ramagem, para criar informações inverídicas relacionadas aos ministros do STF Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, com o objetivo de desacreditar o processo eleitoral”.
Neste caso, as ações foram perpetradas “principalmente pelo policial federal Marcelo Bormevet e pelo subtenente do Exército Brasileiro Giancarlo Gomes Rodrigues, ambos à época cedidos aos quadros da Abin”, informa o relatório.
Eles discutiam a possibilidade de invasão das urnas eletrônicas e a divulgação dos dados de um inquérito da PF que apurava um suposto ataque ao sistema interno do TSE em 2018. E começaram a planejar uma campanha de desinformação nas redes sociais.
Em 6 de agosto de 2021, Bormevet envia informações a Giancarlo relacionando o ministro Fux e um escritório da família do ministro Barroso, “misturando a participação acionária do banco Itaú na Positivo, fabricante de parte das urnas eletrônicas”, diz o relatório. Ele dá o comando a Giancarlo: “Pode jogar no grupo dos malucos se quiser”.