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Se houver um Deus, ele ou ela não morrerá de vergonha por causa daqueles que tocam a vida da forma que os faz mais felizes. Mas por conta dos que lançam preces e cantam musiquinhas louvando seu nome – para, logo depois, censurar, ofender, cuspir, bater, esfolar, arremessar e matar também em sua honra. Nessa hora, deve experimentar um sentimento louco de culpa somado à vergonha alheia.

Como disse aqui ontem, não sou um homem de fé, apesar de ter crescido em um lar católico e estudado em escola adventista. Por isso, sempre penso que seria tão bom se as pessoas entendessem o que está escrito no Evangelho de João, capítulo 3, versículo 17: “Deus enviou o seu filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele”. Diante da ausência de entendimento, o Todo-Poderoso deve pensar que falta amor no mundo, mas também interpretação de texto.

Se interpretássemos por uma forma mais humana o que significa amar o seu semelhante como a si mesmo, dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, e todo o restante, entenderíamos que o ódio ao outro por sua natureza não faz sentido algum.

Aplaudir a execução de um homem desarmado com 11 tiros nas costas por ter roubado dois pacotes de sabão líquido é cuspir no mesmo texto bíblico que fala sobre o erro de atirar a primeira pedra. Mas o que importa para muita gente, do Natal à Páscoa, são as aparências.

Para eles, Jesus é só um pingente de ouro ou um bom negócio.

Em tempo: Aqui me lembro de uma citação atribuída ao já falecido Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, que lutou contra a ditadura e esteve sempre ao lado dos mais pobres: “Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão, mas se falo das causas da fome, me chamam de comunista”.