Informações na mesma linha
Telefone: (21) 97026-3221
Endereço: Rua Viçosa do Ceara, 157, Paciência, Rio de Janeiro - RJ

Talvez seja ainda mais surpreendente para os jovens saber que Léo Batista já cobria surfe décadas antes de a modalidade se tornar olímpica e render medalhas ao Brasil. A ‘Zebrinha’ no Fantástico com os resultados da loteria esportiva, as apresentações no ‘Jornal Nacional’, o maior telejornal do país, até mesmo as incursões na TV paga, com o programa ‘Gol a Gol’, exibido no sportv entre 2007 e 2008. Era muito dinâmico. Fazia o que fosse preciso e cumpria a missão que dessem a ele.

Foi assim que Léo Batista narrou até o primeiro gol transmitido ao vivo em uma Copa do Mundo para o Brasil. Em 1970, quando a Globo se juntou em pool de emissoras com a Rede de Emissoras Associadas (Tupi) e a Rede de Emissoras Independentes (Record e Bandeirantes) para exibir o Mundial que terminaria com tri da seleção brasileira, os profissionais de todos os canais se revezavam nas narrações.

A primeira partida, entre México e União Soviética, terminou sem gols. Na segunda transmissão, dias depois, um Peru x Bulgária, houve um problema que impediu a equipe brasileira de chegar ao estádio a tempo de comandar a transmissão. No Rio de Janeiro, Léo Batista, então freelancer da TV Globo, foi destacado para a missão de narrar com as imagens que chegavam das terras mexicanas. Abriu um jornal com as escalações dos dois times e ‘mandou ver’. Teve a sorte de narrar o gol da Bulgária que marcou a história da televisão esportiva no Brasil. Dermendjiev foi o autor do gol. Mas no placar final deu Peru, 3 a 2.

Léo Batista também foi um dos primeiros apresentadores do ‘Jornal Hoje’, comandou o ‘Copa Brasil’, primeiro programa diário esportivo da TV Globo, uma espécie de embrião do que seriam as atrações futuras, com o próprio ‘EE’ lançado em 1973. Contava ter dado a ideia do nome ‘Globo Esporte’ para o noticiário lançado em 1978 e que até hoje faz parte da grade diária.

Ainda sobrava tempo e disposição para compor músicas, outra de suas paixões. No documentário ‘Léo Batista – A Voz Marcante’, exibido no ano passado pelo sportv e disponível em streaming pelo Globoplay, foi muito legal ver a emoção de Léo ao encontrar pessoalmente a dupla Chitãozinho & Xororó, de quem era fã. Narrou apurações de carnavais na TV Globo.

Na década passada, lançou até o quadro ‘Canal do Seu Léo’, mostrando que uma pessoa que viveu o rádio dos anos 1950, a televisão em seus primórdios, inventou e ajudou a criar formatos de sucesso na telinha, também conseguiria, mesmo depois dos 80 anos, se adaptar à linguagem dos tempos de internet.