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A diferença é que apesar das preocupações do presidente Lula quanto à fome terem se mantido nestas duas décadas, o palco dos debates mudou. No ano passado, Lula escolheu a cúpula do G20, no Rio, sob a presidência do Brasil, para lançar a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, com a adesão de 82 países.

Desde o início de Lula 3, o foco para Davos por parte do governo brasileiro tem sido outro: a transição energética, que o presidente também pretende deixar como marca, mas é uma agenda para um prazo maior, menos urgente que a fome.

Em Davos, em 2023 e 2024, o Brasil foi representado por dois ministros (em 2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; e em 2024 por Marina Silva e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira). Em 2025, a participação ficou restrita a um ministro. Silveira tem a missão, assim como nos anos anteriores, de ‘vender’ o Brasil como destino para investimentos da transição energética.

Silveira participa de painéis sobre a transição energética e as oportunidades geradas pela economia verde, segundo a assessoria do ministério. O ministro também participa de reuniões bilaterais e encontros com investidores. Uma presença importante, mas tímida do governo brasileiro.

O tamanho da participação do Brasil em Davos este ano sinaliza que o Fórum perdeu a importância que tinha para o Brasil. Mas também precisamos pensar que outro motivo pode ser que o Brasil, apesar de agora ser a 10ª economia do mundo, tenha perdido a relevância nos palcos da economia mundial.