O presidente abriu a possibilidade legal para que a Justiça não conceda a cidadania americana a um bebê que nasce no território dos EUA de pais imigrantes, 150 anos depois da criação da lei que abriu as portas para a construção de uma sociedade americana.
Aos magnatas das big techs, generosos doadores de sua campanha, foram reservadas novos decretos. Os EUA anunciaram que saíram dos acordos da OCDE que determinam uma taxação mínima global das grandes corporações.
Trump determinou que as agências federais e a máquina do estado não podem manter relações com qualquer entidade ou empresa que promova a verificação de fatos. A censura fica proibida e a liberdade de expressão é completa. Inclusive para mentir. Investigações serão ainda abertas para determinar se o antigo governo promoveu a “censura”.
No mesmo dia, o presidente revogou um decreto que buscava reduzir os riscos da inteligência artificial para consumidores, trabalhadores e segurança nacional. Pela lei, as empresas que desenvolvem sistemas de IA precisavam compartilhar os dados de seus experimentos, caso eles tivessem um impacto na segurança nacional dos EUA, na economia ou saúde.
Sua ruptura também é acompanhada por um esforço para redesenhar a geografia. Trump ameaçou invadir países, acabou com qualquer restrição de venda de armas para Israel e sinalizou um ataque às minorias. O pico mais elevado dos EUA, no Alasca, deixa de ter um nome indígena para recuperar sua denominação original: a de um ex-presidente responsável pela expansão do território americano à força e a anexação de Porto Rico, Guam, Cuba e o Havaí.
O que era para ser um dia de festa da democracia, repleto de convidados de black tie acabou se mostrando um marco da desconfiança e do colapso das instituições. Biden anunciou um perdão preventivo a seus parentes e aliados, numa sinalização do temor de que Trump pudesse usar o estado como uma máquina de vingança.