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Na prática, no entanto, o governo tem feito pouco sobre o tema-chave do longa. Lula não só mandou, pessoalmente, cancelar qualquer evento em memória dos 60 anos do golpe, no ano passado, como a gestão pouco tem avançado com a Comissão de Mortos e Desaparecidos.

Melhor deixar quieto

O Ministério dos Direitos Humanos, ainda sob Silvio Almeida, tinha planos significativos para o fim de março do ano passado. Em 1º de abril (embora o regime tenha implementado a comemoração em 31 de março), se completaram 60 anos do golpe de Estado que depôs João Goulart, em 1964, e o ministro queria marcar a data.

Almeida queria um evento no Planalto e campanha nas redes sociais. Sob o pretexto de “defesa da democracia” —uma das bandeiras do atual governo—, o plano era que ele e Lula discursassem repudiando o Golpe de 64 e as atuais sanhas golpistas, incluindo os atentados de 8 de Janeiro.

Lula não quis. O presidente não só informou o ministro que não haveria evento como pediu que cancelasse qualquer movimentação do ministério ou de qualquer outra pasta, incluindo campanhas e postagens em redes sociais. Assim, para o governo, os 60 anos do golpe passaram batidos.

Isso gerou críticas, em especial dentro da esquerda. Apoiadores do presidente questionavam que seu posicionamento não batia com os discursos pró-democracia que ele havia feito na campanha e depois de eleito. Eles até foram ao Palácio do Planalto para cobrá-lo. Ele, no entanto, respondeu que este era um movimento de “bolha” e não havia por que mexer neste vespeiro.