O vereador Dheison Renan Silva (PT) começou a colher assinaturas de parlamentares para criar uma CPI (Comissão de Inquérito Parlamentar) para apurar denúncias contra o serviço funerário em São Paulo que foi concedido à iniciativa privada.

São necessárias ao menos 19 assinaturas para que a CPI seja protocolada. Depois, cabe ao presidente da Câmara Municipal, Ricardo Teixeira (União), determinar a instalação das comissões. A sua criação e instalação se devem, portanto, a acordos políticos.

À coluna, Dheison afirma que o tema interessa não apenas parlamentares de oposição e diz acreditar que não será difícil conseguir mobilização necessária.

Como mostrou a Folha, os cemitérios apresentam problemas de zeladoria. Há ainda denúncias de que as empresas estão cobrando valores acima dos estipulados na tabela e impondo burocracias para restringir a gratuitidade para famílias que têm esse direito.

Procurada, a Associação das Concessionárias do Serviço Funerário de São Paulo diz que acompanha a movimentação e que as empresas “atuam com total transparência, seguindo as diretrizes contratuais firmadas com o poder público e as normas regulatórias aplicáveis, com o objetivo de oferecer um serviço digno e de qualidade à população”. A prefeitura não respondeu.

No pedido da CPI, o vereador diz que a população não pode ser submetida a supostas práticas abusivas e afirma que há “necessidade urgente de uma supervisão rigorosa”.

“É imperativo que esta Casa Legislativa apure os fatos, com o objetivo de esclarecer as suspeitas, identificar eventuais responsáveis e propor soluções para garantir a qualidade, a ética e a transparência nos serviços prestados pelo município”, segue o pedido.

A concessão teve início em março de 2023, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A parceria deverá render a inauguração de três crematórios na capital, construídos nos cemitérios Campo Grande (zona sul), Dom Bosco (zona norte) e Vila Formosa (zona leste).

_{com IVAN FINOTTI (Interino), KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH}

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