Política voltada para a segurança nacional
A iniciativa de Trump vai provocar o aumento da fiscalização sobre pessoas que possam estar conectadas aos grupos classificados como terroristas. Como resultado, se uma pessoa for suspeita de ter laços com alguma dessas organizações, ela também entra no radar do governo, que pode vetar a emissão de vistos, impor embargos a empresas suspeitas de promover lavagem de dinheiro e congelar ativos, entre outras medidas.
Os bancos internacionais que operam no país também ficam suscetíveis a ações caso permitam transações financeiras dos suspeitos.
Esse direcionamento na política americana para equiparar organizações narcotraficantes a terroristas tem como pano de fundo a questão da imigração no país. Trump tem dito que imigrantes cometem crimes nos Estados Unidos e ameaçam a segurança.
O procurador da República Vladimir Aras, especialista em lavagem de dinheiro no exterior, diz que entrar na lista de suspeito de terrorismo não significa que a pessoa vá ser presa, mas a coloca como sujeita a regras de investigação e de fiscalização mais rígidas.
“Não sei o que vão fazer, mas podem incluir o PCC como entidade na lista. Antes, já podiam fazer com indivíduos brasileiros. Agora, é uma decisão do país deliberadamente de usar essas ferramentas com foco na segurança interna do país. Embora na prática não resolva o problema do narcotráfico no mundo, é uma ferramenta a mais.”