É direito do torcedor se desesperar com o desempenho ruim de Flaco López sabendo que a diretoria não consegue trazer um camisa 9. Também é natural lembrar que Estevão vai sair no meio do ano e que o time ficará sem seu principal jogador na hora mais importante da temporada.
O Palmeiras perdeu Dudu, Lázaro e Gabriel Menino e ainda quer negociar Zé Rafael e Rony. E por enquanto só pôde estrear Facundo Torres, já que Paulinho só voltará a jogar em abril. Emi Martínez acabou de chegar e não é o nome dos sonhos das arquibancadas. É óbvio que falta reforço para esse time ser mais competitivo.
Mas qual é o sentido de invadir as redes sociais do jogador e do clube para xingar um atleta que ainda não foi sequer apresentado? A era vencedora vivida pelo Palmeiras parece que tirou o torcedor do rumo, criou uma soberba incompreensível. Basta fazer a comparação com seu arquirrival.
O Corinthians lutou boa parte do Brasileirão de 2024 para não cair, viu o time envolvido em escândalos de polícia, tem um presidente alvo de processo de impeachment, começou o ano atrasando salários, não contratou ninguém e o que se vê é uma torcida lotando o estádio e absolutamente empolgada para 2025. Como se todos os problemas fossem resolvidos pela faixinha de Memphis Depay.
Abrindo mais as comparações: o Internacional tem dificuldades financeiras depois de contratar o que não podia no ano passado. O Atlético-MG se viu obrigado a vender Paulinho pelo mesmo problema. O Cruzeiro já discute a continuidade de Diniz. O Flamengo usou seu time titular pela primeira vez no ano e não pôde fazer contratações de peso por ter gastado mais do que devia em 2024.
Mas nada disso é suficiente para o torcedor do Palmeiras se acalmar. E parte desse problema está no jeito que o time se comunica. Leila Pereira ironiza as reclamações dos insatisfeitos, pune quem faz críticas a ela e tenta se fechar em uma redoma de vidro onde só é permitido exaltá-la. Anderson Barros não dá as caras por nada e Abel Ferreira tem dificuldade de entender que o cargo de maior técnico da história do clube não o faz imune às críticas.