A cidade de Argel é figura central em O Estrangeiro, de Albert Camus. Neste final de semana, pensei em Argel.
Mas não na capital da Argélia banhada pelo sol. Em vez disso, Argel assumiu a figura de um técnico desamparado à beira do gramado no Estádio do Café.
Na história deste Argel, não há árabe, nem crime. As coisas parecem ser mais simples. É “só” futebol.
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Mas há aqui também, em nosso Ruralzão, um “estrangeiro”. Um ser estranho ao mundo ao seu redor, deslocado da realidade e em profunda crise existencial: o Paraná Clube.
O Tricolor sucumbe em um universo ao qual não pertence mais, o do futebol minimamente profissional. E tudo acontece sob os olhares de uma torcida para quem tudo parece absurdo.
No livro de Camus os castigos são consequência de um crime explícito e terrível. E aqui, em nosso caso, qual teria sido o pecado capital paranista? Cada torcedor deve ter o seu em mente.
Mesmo assim, apesar de tudo, para este Paraná Clube, ainda há salvação. Mesmo sem Argel.
O Tricolor está a dois pontos do Andraus, primeiro fora da zona da degola. Se escapar de uma nova queda, a torcida paranista já poderá comemorar como um título.
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