Informações na mesma linha
Telefone: (21) 97026-3221
Endereço: Rua Viçosa do Ceara, 157, Paciência, Rio de Janeiro - RJ

Foi um choque sutil, mas importante. Porque mesmo perguntando antes de postar, percebi que a exposição que ele teve ao longo dos anos gerou efeitos que talvez ele nem tivesse como prever quando era mais novo. A internet constrói uma identidade sobre nós, muitas vezes antes que tenhamos chance de decidir quem queremos ser.

E em alguns casos, essa exposição foge completamente do controle da família. Rostos de crianças se tornam memes, figurinhas de WhatsApp, GIFs que circulam sem crédito, sem contexto, sem que ninguém pare para pensar que, do outro lado da tela, existe um indivíduo que pode crescer detestando ser lembrado por uma careta que fez quando tinha quatro anos.

Quem não conhece a garotinha sorrindo enquanto uma casa pega fogo ao fundo, que cresceu e, hoje, vendeu os direitos da imagem para pagar os estudos? Ou ainda a Chloe, a menininha que virou meme por sua expressão de desconfiança. Chloe Clem tem hoje 14 anos e cresceu sob o impacto de uma exposição que começou quando ela tinha apenas dois.

Em entrevista recente, sua mãe, Katie Clem, revelou sentir culpa pela fama repentina da filha e pela forma como sua imagem viralizou sem que Chloe tivesse qualquer controle sobre isso. Embora a família tenha lucrado com a popularidade do meme, a adolescente já expressou desconforto com o fato de sua expressão continuar circulando na internet anos depois.

A história escancara um dilema da era digital: o que parece só um momento engraçado pode se tornar a identidade pública de uma criança por toda a vida.

Agora, imagine quando essa exposição ultrapassa a barreira do meme e entra em um território ainda mais perigoso. Vídeos de crianças dançando inocentemente ou tomando banho, que para os pais podem parecer apenas registros carinhosos da infância, acabam sendo salvos e compartilhados em grupos criminosos, transformados em conteúdo de cunho sexual.