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“Temos que avançar passo a passo e deixar claro que o governo da Nicarágua é um governo revolucionário, mesmo que isso fira os sentimentos de algumas pessoas”, disse o presidente do Congresso, Gustavo Porras, em janeiro.

As reformas também expandem o já extenso controle estatal sobre a mídia e mudam formalmente o papel do vice-presidente, ocupado pela esposa de Ortega, Rosario Murillo, para o de “copresidente”, ao mesmo tempo em que estendem o mandato presidencial para seis anos. Uma reforma constitucional anterior já permite a reeleição presidencial ilimitada.

De acordo com o novo esquema, qualquer um dos copresidentes pode nomear um número ilimitado de vice-presidentes, o que gerou especulações de que um ou mais dos oito filhos de Ortega e Murillo que moram na Nicarágua poderiam ser escolhidos; vários deles já têm cargos de alto escalão no governo ou ajudam a liderar veículos de mídia estatais.

Em caso de morte de Ortega, Murillo, de 73 anos, assumiria automaticamente o poder sem a necessidade de novas eleições.

Aprovadas pelos parlamentares da Frente Sandinista de Ortega que controlam o Congresso, as reformas entrarão em vigor assim que forem publicadas no diário oficial do governo.

(Reportagem de Gabriela Selser)