Luciene Neves Ferreira, 46, presidente da ONG, exercia a função de assessora parlamentar. O marido dela, Geraldo Sales da Costa, 55, era o coordenador especial de gabinete da mesma vereadora. O casal foi preso no último dia 14.
Além de Luciene e Geraldo, outras 10 pessoas —incluindo três advogados— também foram presas durante a Operação Scream Fake (grito falso, em inglês), deflagrada pelo Gaeco e Polícia Civil de São Paulo. O MP-SP denunciou todos por associação à organização criminosa.
Ao cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados à ONG, os agentes encontraram planilhas com datas de encontros de Kauê, Geraldo e Luciane com a vereadora, quando ela ainda exercia o mandato parlamentar.
A Polícia Civil apurou que Kauê pagou R$ 18.350,00 em passagens áreas à Europa para o diretor do documentário “O Grito”, Rodrigo Gianetto. Geraldo foi um dos entrevistados no filme. O pagamento foi feito em depósito para uma agência de turismo de Jundiaí, no interior paulista.
O “Grito” narra histórias das famílias de pessoas presas que foram afetadas pela portaria 157/2019 —que proibiu o contato físico e privou detentos nos presídios federais de segurança máxima de manter seus laços sociais e afetivos.
Em nota enviada à reportagem, Gianetto afirmou que o filme teve repercussão em festivais de cinemas internacionais e que a viabilização da viagem à Europa foi realizada de forma lícita. Ele disse que não conhece Kauê e que está disposto a ajudar a prestar esclarecimentos sobre o caso.