Em um cenário de confirmação do favoritismo e com ampla vantagem sobre os adversários, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito, neste sábado (1º), presidente do Senado. Esta será a segunda vez que o parlamentar presidirá a da Casa. A primeira foi no período de 2019 até 2021, em uma eleição conturbada, com desistências, voto fantasma e “roubo” de pasta. Desta vez, porém, o clima foi de tranquilidade. O senador foi sucedido por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem apoiou, e agora retoma o posto.
Leia também: Primeira eleição de Alcolumbre teve roubo de pasta, gritos e voto fantasma
Além de Alcolumbre, concorreram os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Marcos do Val (Podemos-ES) também registraram candidatura, mas desistiram enquanto discursavam no período reservado aos postulantes ao cargo.
Conforme dados da plataforma Radar do Congresso, Alcolumbre tem uma taxa de governismo de 84%. Ou seja, ele é o candidato que mais votou de acordo com a orientação do governo nas pautas no plenário.
No último biênio, Alcolumbre esteve à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais importante da Casa. À frente da pasta, em 2021, o senador causou indisposição com a ala bolsonarista ao protelar por quatro meses a sabatina com André Mendonça, então indicado por Jair Bolsonaro para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Outra polêmica sobre a demora em pautar um tema diz respeito ao projeto de lei que barra supersalários. Em 2022, Alcolumbre travou por meses a matéria por não designar um relator para a proposição. A relatoria ficou com Eduardo Gomes (PL-TO), eleito primeiro vice-presidente da Mesa, que não apresentou parecer até o momento.
Apesar disso, o senador tem trânsito com governistas e oposicionistas. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) avalia que a relação do governo com o novo presidente será a mesma que teve com Rodrigo Pacheco.