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Um dado que preocupa é o de que 70,14% dos respondentes diz ter sofrido violência por racismo e transfobia, o que evidencia a urgência de ações para combater essas formas de discriminação. A pesquisa também revelou que 52,07% dos participantes abandonaram os estudos por dificuldades financeiras e 28,79% por transfobia.

Desafios e urgências

Para Jessyka Rodrigues, a publicação considera-se um reflexo do “excelente trabalho do movimento acerca do letramento racial”. Ela também destaca o fato de que a maioria das travestis e transexuais não injetam silicone industrial no corpo, demonstrando os resultados do trabalho de conscientização realizado pelo movimento.

Um dos maiores desafios enfrentados foi o tempo limitado para a realização da pesquisa, apenas cinco meses. Apesar disso, a equipe conseguiu entregar um trabalho inédito e de excelência. Jessyka Rodrigues ressalta que não basta apontar ações urgentes pontuais. ”Estamos falando de transformação social de sentimento de pertencimento”. Rodrigues enfatiza que a população trans negra tem o status de cidadania negado em diversas instâncias sociais.

A pesquisa também aborda a questão da evasão escolar, revelando que 52,07% dos participantes abandonaram os estudos por dificuldades financeiras. Segundo a coordenadora da pesquisa, este é mais um sintoma de que a população trans negra é marginalizada por instituições como a escola, a família e a religião, o que dificulta seu acesso à educação e ao mercado de trabalho. Além disso, a falta de apoio familiar, com apenas 9% dos respondentes afirmando ter esse apoio, agrava a situação de vulnerabilidade dessa população.

Aquilombamento e políticas públicas

A amostragem coloca visibilidade no conceito de aquilombamento como forma de resistência, destacando sua importância para a criação de políticas públicas inclusivas. Jessyka Rodrigues afirma que “aquilombamento é uma navalha ancestral que serve para abrir caminhos e contribuir para políticas públicas inclusivas, a partir de novas narrativas”.