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Bem-vindo de volta a “The White Lotus”, a série onde quase todo mundo é rico, está imerso em relações tóxicas, mantêm negócios espúrios e não consegue lidar com a própria sexualidade.

Se você apreciou a primeira e a segunda temporada, saiba que a terceira, no ar partir deste domingo (16) na HBO e no Max, mantém a forminha de personagens que fez sucesso. Não chega a ser um problema, pois o diretor-roteirista Mike White sabe bem conduzir o público por essa floresta de tipos mesquinhos enquanto todos, novamente, tentamos adivinhar quem vai matar e quem vai morrer no final.

O resort-cenário da vez é na maravilhosa Tailândia, e novamente a temporada abre com morte não se sabe de quem, nem por quem. Como sempre, há intriga, mentiras, sexo, crime e muita frustração. É isso, formatado em um roteiro competente e entregue a atores de peso, que faz a franquia um sucesso.

Temos de volta Natasha Rothwell como Belinda, a esteticista que tinha uma promessa de sociedade com Tanya. Há também o retorno de outro personagem conhecido (esta coluna não dá spoiler).

Desta vez os momentos mais perturbadores vêm da família Ratliff, na qual o pai (Jason Isaacs) é um empresário em haver com a Justiça, a mãe (Parker Posey) está constantemente chapada de remédios, o filho mais velho (Patrick Schwarzenegger, filho de Arnold) é um playboy babaca e os dois mais novos (Sam Nivolla e Sarah Catherine Hook) não dão conta das expectativas alheias nem das próprias.

Piper, a filha, é o pretexto da viagem (ela quer entrevistar um monge famoso para escrever seu trabalho de conclusão de curso). Os cinco parecem completamente alienados uns dos outros, e dinheiro não é problema para investir na aproximação familiar em um hotel de luxo do outro lado do mundo. O que falta, na verdade, é disposição. Se a relação entre o casal vai mal, os três irmãos são norteados por um deslocado tesão latente.

O segundo grupo propenso a se desentender durante o que deveria ser uma viagem de reconciliação é o das três amigas de infância que enriqueceram e, após os 40, parecem ter agendas complexas demais para se encontrarem.

A verdade é que a atriz Jac (Michelle Monaghan), a advogada Laurie (Carrie Coon) e a esposa-de-milionário Kate (Leslie Bibb) não têm nada em comum além de memórias. É uma sair de cena para as outras duas logo substituírem as juras de amor por maledicência sobre aparência, relações, trabalho e até opinião política.

Há ainda o casal formado pelo sexagenário junkie Rick (Walton Goggins) e a jovem professora de ioga Chelsea (Aimee Lou Weed, adorável), que, ao contrário dos outros núcleos, parece fora de órbita demais para se importar com as opiniões alheias. E, claro, os funcionários do hotel (Lisa, do grupo de K-pop Blackpink, entre eles) e, finalmente, Belinda, ainda na expectativa de ver seus sonhos se concretizar.

Mas em “The White Lotus” só pesadelos viram realidade, e ainda que alguns personagens pareçam mais interessantes ou simpáticos do que outros, a série te leva a torcer ao contrário, por quem vai morrer.

Eis a sacada perversa de Mike White: ninguém na tela presta, tampouco os espectadores, que nos divertimos com a derrocada alheia. A ver se a fórmula não se desgasta para a quarta temporada.

A terceira temporada de “The White Lotus” estreia neste domingo às 22h na HBO e no Max; os outros cinco episódios irão ao ar semanalmente


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