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Na sua cartilha, Milei tem encolhido a influência estatal de áreas da vida econômica do país, desregulamentado setores inteiros. Antes, até a erva mate, base da bebida mais tradicional do país, era submetida a cotas de produção e preços mínimos tabelados pelo governo.

O programa tem derrubado a inflação, principal bandeira de sua campanha. Em janeiro de 2025, ela fechou em 2,2% ao mês, contra um pico mensal de quase 13% em 2023, durante o governo do antecessor peronista, Alberto Fernández. O índice de janeiro é o mais baixo desde julho de 2020, segundo o Indec, agência de estatísticas do país, similar ao IBGE brasileiro.

Por outro lado, há um custo social em seu programa de austeridade: no ano passado, a taxa da população na pobreza alcançou 52,9% (dado de setembro de 2024), ante 41,7% no governo Alberto Fernández (dado de setembro de 2023). A alta representa que 3,4 milhões de argentinos haviam caído na pobreza sob o governo Milei.

No caso do câmbio, o fenômeno de aumento do poder aquisitivo em dólar se deve a uma combinação da inflação elevada do país e a desvalorização do peso em um ritmo controlado pelo governo, de aproximadamente 1% ao mês.

Como o peso se desvaloriza mais devagar que a inflação do país, o consumo em dólares ficou relativamente mais barato para os argentinos. Gastar em dólar no Brasil, por tabela, virou pechincha.

Este é o pano de fundo da multidão de argentinos que apareceu em um vídeo esvaziando as prateleiras da Decathlon em Florianópolis, que se tornou viral. Comprar no Brasil ficou, em média, 50% mais barato do que na Argentina neste verão.