Meus amigos homens parecem estar nesse caminho. No bar, a conversa passa muito por o que fazer, especialmente quando os divorciados estão na berlinda com suas guardas compartilhadas nas costas e a responsabilidade que isso implica.
Gregório pontua inclusive que, com a notícia de que iria ser pai ecoando nos ouvidos, foi parar em uma livraria para saber o que deveria ler para executar melhor a função. Não tinha livro disponível, não. Bom, agora tem: o livro falado de Gregório, na Audible, tem mais de cinco horas de reflexão sobre o assunto.
Meu amigo Diego Olivares, do podcast 1 livro, 1 disco, 1 filme, vai ser pai no meio do ano e me indicou o conteúdo animado: “o timing justo de que eu precisava”, ele disse. Tem gente querendo falar do tema (e de futebol também, que ninguém é de ferro).
Eu refuto um pouco o conceito de que mãe tem uma ligação mais intrínseca com as crias do que os caras, tratados, às vezes, como meros fornecedores de espermatozoide.
O buraco da ausência paterna para mim é uma lacuna pesada, que eu carrego há décadas com dificuldade. É muito complicado não saber direito o que há dele em mim, ou não ter memória de um diálogo adulto para saber minhas impressões sobre o cara que me criou até os 17 anos.
E olha que ele “só” morreu, como diz minha mãe. Tem pai ausente por opção, por alegação de incompetência, por preguiça, por um pouco de onipresença materna (não dá para fazer o que já foi feito, de fato, mas sempre dá para fazer antes).