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É uma junção das agressões factual e simbólica. Avançam contra as pessoas ao mesmo tempo em que sufocam crenças e ideias.

A livraria invadida por policiais israelenses no dia 9 deste mês é a Educational Bookshop, que existe desde 1984 e virou referência de livros palestinos em Jerusalém. Os livreiros detidos foram Mahmoud Muna e Ahmed Muna, acusados primeiro de vender livros que incitariam o terrorismo e, depois, numa mudança de ideia dos brucutus, de colocarem em risco a segurança pública.

Os ataques a livros, escritores e à literatura acompanham a mais recente empreitada de Israel e seus aliados para trucidar palestinos. A coisa começou a sobrar para o pessoal das letras assim que o massacre escalou após os repugnantes ataques do Hamas, no começo de outubro de 2023. Ações estúpidas que devem ser vistas como ponto de inflexão, jamais o começo de qualquer história.

De cara, uma vergonha internacional. A Feira do Livro de Frankfurt, a mais importante do setor em todo o mundo, cancelou a homenagem que faria a Adania Shibli, autora de “Detalhe Menor” (Todavia, tradução de Safa Jubran). Para os alemães, retirar uma palestina do palco parecia ser a melhor maneira de lidar (ou não lidar) com a questão.

Logo pintaram notícias de menor repercussão, mas ainda mais tristes. Conforme o exército de Israel pulverizava Gaza, escritores apareciam nas listas com nomes das dezenas de milhares de mortos.

Heba Abu Nada, autora do romance “Oxygen is Not for the Dead”, foi morta aos 32 anos durante um bombardeio em Khan Yunis. Professor e poeta, Refaat Alareer também foi morto após bombas despencarem em sua cabeça. Tinha 44 anos e, pouco antes de seu fim, havia publicado um poema chamado “Se Eu Morrer”.