Para além do que responderão na esfera civil, a expectativa é que a Justiça Militar também entre nas próximas etapas do julgamento. Há até a possibilidade de perda de patente no cenário. Seria algo inédito retirar de um general quatro estrelas a sua patente, por exemplo.
“Vamos ver se após a condenação eles terão condições morais de manter suas patentes”, diz uma fonte.
Braga Netto, que está preso desde o dia 14 de dezembro, atacou diretamente em mensagens o atual comandante, general Tomás Paiva. Outros generais que fazem parte do Alto Comando também foram alvo de mensagens ofensivas por parte de militares indiciados pela tentativa de golpe.
Para tentar justificar os ataques que vieram de um general quatro estrelas – o mais alto posto do Exército—, integrantes da caserna afirmam que Braga Netto fez uma escolha pessoal pelo poder e se deixou contaminar. Além disso, reconhecem que o ex-ministro de Bolsonaro tentou capturar parte das Forças Armadas para sua trama. Mas salientam: não teve sucesso.
“Ele não conseguiu o racha que queria e também não há ninguém dentro da instituição revoltado com sua prisão”, diz um general.
A situação, porém, admitem integrantes do Alto Comando, gera incômodo e desgasta a imagem da instituição. Além disso, eles sabem que ainda levará um tempo para que a contaminação desse processo —da política entrar no quartel— seja totalmente exterminada.