Um livro infantil escrito pela atriz Julianne Moore, “Freckleface Strawberry”, foi banido de bibliotecas de escolas administradas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
“É um grande choque”, publicou Moore em seu Instagram. “‘Freckleface Strawberry’ é uma história semi-autobiográfica sobre uma menina que não gosta de suas sardas, mas aprende a conviver com elas quando percebe que é diferente ‘assim como todo mundo’”.
Segundo o jornal britânico The Guardian, as bibliotecas das escolas do Pentágono –uma rede de 160 escolas onde estudam os filhos de militares americanos– tiveram seus livros submetidos a uma “revisão de conformidade”.
Segundo um documento do Departamento de Defesa, seriam retirados títulos “potencialmente relacionados à ideologia de gênero ou tópicos discriminatórios da ideologia da equidade”. Outros casos foram separados para análise. Não se sabe em qual dos grupos “Freckleface Strawberry” se encaixa.
“Não posso deixar de me perguntar o que há de tão controverso que levou o governo dos Estados Unidos a bani-lo. Estou verdadeiramente triste e nunca pensei que veria isso em um país onde a liberdade de expressão é um direito constitucional”, afirma.
A atriz apoiou as candidaturas de 2008 e 2012 de Barack Obama e, em 2020, a de Joe Biden. Em novembro de 2018, ela e a atriz Rosario Dawson participaram de uma campanha que pedia votos a candidatos democratas para combater as políticas de imigração da administração de Donald Trump.
Moore, que estudou em uma escola do Departamento de Defesa em Frankfurt, na Alemanha, é filha de um veterano da Guerra do Vietnã. Ela se diz revoltada que alunos dessas instituições “não terão acesso a um livro escrito por alguém cuja experiência de vida é tão semelhante à delas”.
O Departamento de Defesa possui instituições de ensino para filhos de militares e civis espalhadas nos continentes americano e europeu, além da região do Pacífico, totalizando mais de 70 mil alunos.