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O problema maior está longe de ser sobre os efeitos dos gramados sintéticos: a discussão verdadeira está no escandaloso fato de que a CBF continua jogando contra o esporte mais popular do mundo.

Assim como não resolve há décadas a questão da profissionalização da arbitragem e vive batendo cabeça em torno do tema que descredibiliza os assopradores do Patropi, o tema sobre a grama está mais para os que deveriam dela se alimentar, os cartolas, do que sobre se prejudica a saúde dos jogadores ou a natureza do jogo.

Assim como é absurdo jornalista ou torcedor discutir se Neymar está certo ao dizer que a bola do Paulistinha é ruim, porque de bola ele entende mais que quem não vive de chutá-la, é até arrogante desqualificar quando ele, Lionel Messi, Luis Suárez, Ibrahimovic, Thiago Silva, Memphis Depay, Gabigol, Cássio, Bruno Henrique, Rodrigo Garro, Philippe Coutinho, Lucas Moura, Alan Patrick, David Luiz, Dudu, Gerson, Arrascaeta etc. protestam contra o piso nos estádios de Athletico Paranaense, Palmeiras, Botafogo, Pacaembu e, logo mais, Atlético Mineiro.

É claro que cabe discutir sobre o que é pior, o gramado sintético ou o esburacado, tanto para as lesões quanto para a qualidade do espetáculo.

Aparentemente, melhor será tapete liso de plástico que rasgado de pano, o que não impede a constatação sobre a pobreza da primeira opção. Afinal, tapete bom mesmo é de pano. OK, há controvérsias.

No futebol não há.

E a adoção do gramado sintético tem duas origens: a primeira diz respeito aos shows musicais nos estádios multiúso e à necessidade de fazer dinheiro em espaços grandiosos; a segunda é relativa à incompetência da jardinagem nacional, incapaz de manter bons gramados em país tropical, algo que países europeus, com condições climáticas incomparavelmente mais difíceis, resolveram há décadas.

Já cantou Gilberto Gil em “Back in Bahia”, frenética e triste: “Mar da Bahia/ Cujo verde, vez em quando, me fazia bem relembrar/ Tão diferente/ Do verde, também tão lindo, dos gramados campos de lá/ Ilha do Norte/ Onde não sei se por sorte ou por castigo, dei de parar”.

Castigo como o de se submeter à mediocridade da cartolagem nacional.

Vejam a rara leitora e o raro leitor que na lista de jogadores só tem quem já jogou na Europa, exceção feita a Garro, e é auspicioso que levantem suas vozes em proteção ao espírito do jogo.

Além do mais, deixemos de tapar o sol com a peneira, sol que também é mal aproveitado por arquiteturas equivocadas em estádios esquecidos dos gramados, talvez por isso agora apelidados de arenas, palcos de areia: tem vantagem quem joga em sintéticos em casa, como tem vantagem quem joga na altitude. Ou será mera coincidência que os três últimos Campeonatos Brasileiros tiveram como campeões dois clubes que os utilizam?

A polêmica está posta. Fizeram muito bem os atletas em expô-la sem meias palavras. É claro que os clubes têm autorização da Fifa e que quaisquer mudanças precisarão de tempo.

Tão claro como constatar que o futebol em gramados naturais é um esporte diferente do disputado em sintéticos.

Desde que os naturais sejam impecáveis.

No Sapporo Dome, convivem os dois: sai um, do futebol, entra outro, do beisebol.

No Japão…


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