Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, disparou contra críticos na primeira reunião do Conselho Deliberativo do clube em 2025. E os alvos escolhidos na noite dessa segunda-feira (17), na Ligga Arena, foram os colunistas do UmDois Esportes, Augusto Mafuz e Carneiro Neto.
Ambos com mais de 50 anos de profissão, os jornalistas participam semanalmente do podcast Carneiro & Mafuz, no Youtube. No entanto, o dirigente mostrou-se incomodado com as opiniões da dupla e afirmou que ambos foram “tocados do Athletico” no início dos anos 2000.
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“Agora, faço questão de deixar claro mais uma coisa que foi falada. Aqui não tem gente remunerada. Todo mundo pensa que o Mario Celso Petraglia recebe e não é verdade. Tem aí um programa de streaming, internet, que tem dois comentaristas, o Mafuz e o Carneiro Neto, que foram tocados do clube por mim. E desde 2002 eles fazem oposição a Mario Celso Petraglia”, iniciou o cartola, que recentemente completou 81 anos de idade.
“Tinha o Nêgo Pessoa [Carlos Alberto Anciutti Pessoa], que já nos deixou. Se reuniam em bares para falar. O Nêgo Pessoa escrevia colunas contra mim na Gazeta, o Mafuz a vida inteira. Só têm audiência porque falam do Mario Celso Petraglia”, completou.
Na sequência, Petraglia ironizou um convite para participar do podcast e também citou uma rusga com Carneiro Neto.
“Eles me ligaram, eles têm cara de pau. O Fernando [Rudnick] me ligou querendo que eu fosse para debater no programinha deles. Eles não têm, nunca… Ratos de rádio. O Carneiro Neto trabalhou para mim na CBN. Falou mal em um jogo do Athletico em Porto Alegre e foi processado pelos donos de uma rádio de lá. Me procurou no escritório para eu pagar a conta dele. Carneiro, quem falou mal foi você, a minha rádio não foi processada, quem foi processado foi você, pessoa física”, finalizou o homem-forte do Athletico.
“Não lhe dá o direito de se tornar um velho cretino”
Procurado pela reportagem, Carneiro Neto relembrou a passagem citada por Petraglia, mas rebateu a colocação do presidente atleticano. O processo em questão aconteceu ainda na década de 1990, quando Carneiro era contratado da Rádio CBN Curitiba, então comandada pelo jovem cartola, e emitiu uma opinião em uma transmissão no Beira-Rio.
“Era uma ação que envolvia lei de imprensa, na qual a responsabilidade do pagamento de indenização era solidário entre a rádio e o empregado. Jamais imaginei que não teria apoio do senhor Mario Celso, um dos proprietários da emissora que havia me contratado”, explica Carneiro
Anos depois, quando o processo foi julgado, Carneiro marcou uma reunião com Petraglia para tratar do assunto. Foi a última vez que ambos se encontraram pessoalmente.
“Perguntei se a rádio não iria participar, já que eu era funcionário. Ele disse que já tinha vendido a rádio, que teve prejuízo e que não pagaria. Eu paguei o valor, que hoje representa a um carro híbrido novo. Meu advogado não cobrou os honorários e entregamos o cheque para o advogado do senhor Mario Celso Petraglia”, conta.
“Essa é a história. Agora, dizer que eu exigi alguma coisa, negativo. Jamais me humilharia a esse ponto. Trabalho desde os 15 anos de idade e continuo trabalhando. E não é o Mario Celso Petraglia, essa figura infeliz, lamentável como pessoa e como indivíduo porque não respeita os amigos e familiares, que vai falar isso. Não nego seu trabalho no Athletico, fez um bom trabalho, principalmente na parte patrimonial e esportiva. Mas isso não lhe dá o direito de se tornar um velho cretino”.
Mafuz: “Não me lembro de ter sido tocado do Athletico”
Augusto Mafuz também comentou à reportagem sobre as falas de Petraglia. Até 2001, após o título do Brasileirão conquistado pelo Furacão, ambos mantinham relação cordial. Depois disso, um ultimato de Petraglia rompeu qualquer laço até os dias de hoje.
“Eu não me lembro de ter sido tocado do Athletico”, diz Mafuz. “O que aconteceu foi que o Petraglia me ligou e perguntou se estava a favor dele ou do Ademir Adur e do Ennio Fornéa. Eu disse que não estava a favor de ninguém, que era a favor do Athletico”, revela o jornalista.
Petraglia, contudo, insistiu em uma posição de Mafuz.
“Ele falou: você tem que definir. Se não está comigo, está contra mim. Então, eu falei: estou contra você. E foi isso”, recorda Mafuz.
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