Motocicletas de baixa cilindrada, menores, e das marcas Honda e Yamaha são as preferidas pelos ladrões no estado de São Paulo.
Levantamento realizado Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), em parceria com a empresa de rastreamento Tracker, a partir de boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil, mostra que das 30 motocicletas mais furtadas e roubadas, 29 são das fabricantes japonesas e todas têm até a faixa de 300 cc —a BMW G310 GS é a exceção no ranking. A lista inclui motos e scooters.
Ao todo, de acordo com o estudo, no ano passado 38.039 motos foram levadas por ladrões em municípios paulistas. O número é 7,2% maior que os 35.465 registros de 2023.
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma ter intensificado ações de combate aos roubos e furtos de motocicletas, com foco nas investigações em lojas de peças automotivas e desmanches clandestinos, “visando identificar os receptadores responsáveis por alimentar a cadeia criminosa por trás desses delitos”.
“Essas ações, aliadas à intensificação do policiamento preventivo, resultaram em uma queda de 5% nos roubos de motocicletas na cidade de São Paulo ao longo de 2024, em comparação com o ano anterior. No estado, a redução foi de 3% no mesmo período”, diz a pasta, que não comenta a alta nos furtos.
“A preferência [por motos menores] está relacionada ao grande número de unidades em circulação, o que torna mais fácil a revenda no mercado ilegal de peças”, diz Vitor Corrêa, gerente de comando e monitoramento do Grupo Tracker. “O crescimento [do crime] sempre vai estar relacionado à quantidade de venda de motocicletas desse porte”, afirma.
Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a Honda foi responsável por cerca de 70% das motos novas vendidas em 2024. A Yamaha vem em segundo lugar com 18%.
Entre os modelos da Honda, a CG Fan 160 lidera o ranking de ocorrências em 2024. No caso da Yamaha, o modelo mais roubado foi a FZ25 Fazer.
Por causa dos furtos e roubos, Corrêa afirma que contratação de rastreamento de motos de baixa cilindrada —serviço que custa a partir de R$ 79 ao mês— mais que dobrou, com um salto de 102% em 2024 na comparação com o ano anterior.
Assim como ocorre com as motos mais potentes, esses veículos são encontrados no entorno de bailes funk, dentro de residências em comunidades ou mesma escondidas em matagais, muitas vezes já sem algumas peças. “Deixam ali para ‘esfriar’, para o caso de a moto ser rastreada” diz.