
O juiz federal Marcelo Bretas, que liderou a operação Lava Jato no Rio de Janeiro, teve seu afastamento cautelar prorrogado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por mais 90 dias. Desde 28 de fevereiro de 2023, ele está afastado para garantir a integridade das investigações em andamento, enfrentando três processos disciplinares. Um dos processos em questão foi instaurado a partir de uma representação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade acusa Bretas de dificultar o acesso a documentos e de manipular processos judiciais. Além disso, a OAB levanta suspeitas de que o juiz teria negociado penas e articulado estratégias com o Ministério Público, em relação a um acordo de delação que acabou sendo arquivado por falta de evidências.
Outro processo, que tem como autor o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, alega que Bretas teria agido de forma a favorecer o então candidato Wilson Witzel durante as eleições de 2018, caracterizando uma suposta perseguição política. A terceira reclamação investiga possíveis falhas na prestação de serviços judiciais sob a responsabilidade do juiz. Os procedimentos disciplinares estão sendo conduzidos em sigilo pelo CNJ, e Bretas se defende, negando qualquer tipo de irregularidade em sua atuação. Durante sua passagem pela Lava Jato, ele proferiu condenações contra 183 indivíduos, mas muitas dessas decisões estão sendo revistas e anuladas em instâncias superiores do Judiciário.
Leia também
Publicado por Sarah Paula
*Reportagem produzida com auxílio de IA