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Nosso cérebro, aliás, adora esse tipo de correria. A cada notificação respondida ou tarefa concluída, ele libera um pequeno disparo de dopamina – a substância que nos dá aquela sensação gostosa de recompensa. E é aí que mora o perigo: esse prazer imediato nos mantém viciados em resolver o que está na nossa frente, sem questionar se aquilo é, de fato, importante.

O problema é que esse estado de hiperatividade cobra um preço alto. Pesquisas da Universidade de Stanford mostram que estar constantemente exposto a informações excessivas e prazos curtos reduz nossa capacidade de pensar de forma estratégica e criativa. O cérebro entra num modo de ‘sobrevivência’, buscando sempre respostas rápidas, em vez de refletir com profundidade sobre o que realmente importa.

Já o autor Cal Newport, no livro ‘Trabalho Focado’, aponta uma verdade incômoda: produtividade de verdade não é sobre fazer mais coisas em menos tempo, mas sobre concentrar energia naquilo que realmente gera impacto. O grande problema? Estamos sempre correndo contra o relógio como se tudo fosse urgente – e isso nos transforma em profissionais reativos, e não estratégicos.

Inteligência Artificial: aliada ou vilã da produtividade?

A tecnologia veio para facilitar nossa vida – e, em muitos aspectos, ela realmente cumpre essa promessa. Hoje, temos ferramentas que automatizam tarefas, organizam nossa rotina e até filtram informações. Mas, ironicamente, a tecnologia também nos empurra ainda mais para a cultura da urgência.

Um relatório da Harvard Business Review mostrou algo curioso: muitas empresas perceberam que, ao automatizar processos e “ganhar tempo”, os funcionários simplesmente preencheram esse tempo com mais trabalho. Ou seja, ao invés de usarmos a tecnologia para nos libertar, seguimos no mesmo ritmo acelerado – só que agora com mais demandas.

E isso nos leva a uma pergunta importante: será que estamos delegando tanto nosso pensamento para as máquinas que estamos deixando de exercitar nossa própria cognição? No livro Dopamina: A Molécula do Desejo, o autor explica como essa substância nos mantém em busca constante de estímulos rápidos – o que pode nos tornar dependentes da IA para pensar por nós. E aí está o perigo: tecnologia deve ser um suporte, não um substituto para nosso pensamento crítico e autonomia.

Como sair do piloto automático e recuperar o controle

Se você sente que sua produtividade está sendo engolida pela urgência, algumas mudanças podem ajudar a virar esse jogo:

Diferencie o importante do urgente: nem tudo que parece urgente precisa ser resolvido imediatamente. Antes de largar tudo para atender uma nova demanda, pergunte-se: “Isso realmente precisa da minha atenção agora?”

Crie períodos de foco profundo: trabalhar sem interrupções por blocos de tempo melhora a produtividade e reduz o estresse. Experimente desligar notificações e definir horários específicos para checar mensagens.

Use a tecnologia com inteligência: configure suas ferramentas digitais para facilitar seu trabalho, e não apenas para te deixar mais acelerado. Automatizar tarefas repetitivas é ótimo, mas só faz sentido se isso te der mais espaço para pensar no que realmente importa.

Aprenda a dizer não: se tudo é prioridade, nada é prioridade. Proteger seu tempo é essencial para não cair na armadilha de estar sempre ocupado, mas sem resultados concretos.

Tenha momentos de descanso intencional: nossa cultura ainda glorifica o excesso de trabalho, mas a ciência já provou que pausas aumentam a produtividade e a criatividade. Então, sim, se permitir parar também é uma estratégia de alta performance.

Trabalhe de forma inteligente, não apenas rápida

Produtividade não tem nada a ver com fazer mais – tem a ver com fazer melhor. Se você se sente sempre correndo contra o tempo, talvez seja hora de se perguntar se está realmente construindo algo significativo ou apenas reagindo ao caos do dia a dia.

O mundo valoriza a pressa, mas quem consegue trabalhar com calma, estratégia e intenção se destaca. Então, a grande questão é: você quer apenas parecer ocupado ou realmente ser produtivo?