Informações na mesma linha
Telefone: (21) 97026-3221
Endereço: Rua Viçosa do Ceara, 157, Paciência, Rio de Janeiro - RJ

Métodos de irrigação podem reduzir a emissão de metano em lavouras de arroz

Métodos de irrigação podem reduzir a emissão de gases da produção e arroz

Reprodução/Agro+

O arroz, uma das culturas que mais produz o gás metano (CH4), um gás de efeito estufa, é um dos alimentos mais consumidos do mundo. Mas cientistas da Escola Superior de Agricultura (Esalq/USP), em parceria com pesquisadores da Embrapa e da Universidade da Flórida, descobriram que é possível reduzir em até 80% as emissões do gás no arrozal usando técnicas de irrigação.

Os cientistas estão testando as emissões na cultura do arroz há quatro safras consecutivas na região de Capão do Leão, no Rio Grande do Sul. Durante esse período, eles testaram duas práticas de manejo hídrico, a irrigação por inundação ou irrigação intermitente.

Os resultados mostraram que a irrigação intermitente pode reduzir as emissões de metano em até 80%, dependendo das condições do solo, sem prejudicar a produtividade do arroz. Essa técnica, amplamente estudada em outros países, foi adaptada para as condições específicas das áreas subtropicais brasileiras, com solos caracterizados por alta densidade e baixa drenagem natural.

O estudo também avaliou a irrigação por aspersão como uma alternativa ainda mais sustentável. Em cenários de longo prazo, simulando 30 anos de dados climáticos históricos, os pesquisadores descobriram que a irrigação por aspersão, acionada quando o solo atinge 50% de sua capacidade de água disponível, apresentou os melhores resultados. Essa prática não apenas reduziu significativamente as emissões de metano, mas também economizou água e manteve altos níveis de produtividade.

O índice de produtividade água-metano (CWMP), desenvolvido pelos pesquisadores para medir a eficiência entre o uso de água, produtividade e emissões, mostrou que a irrigação por aspersão foi 52% mais eficiente em relação aos sistemas tradicionais. Isso representa um avanço considerável para a sustentabilidade na produção de arroz, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e escassez de recursos hídricos.