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O Carnaval é a utopia de uma festa democrática e um momento de superação das diferenças sociais, define a escritora Conceição Evaristo.

“Embora a gente saiba que o espaço para viver essa alegria também é demarcado. Alguns vivem essa alegria olhando lá da ponte”, diz.

Conceição desfilou no domingo (2) pela Mangueira, e se apresentará na terça (4) com a Portela. Nesta segunda (3), ela marcou presença no camarote Folia Tropical, na Marquês de Sapucaí, para ver os desfiles da Beija-Flor e da Salgueiro.

Ela não se furtou a comentar a polêmica que tem marcado o Carnaval: a frase dita à coluna pelo carnavalesco da Vila Isabel, Paulo Barros, de que enredos afros ficavam todos iguais e ninguém entendia nada.

“Talvez [para algumas pessoas] incomode pensar que o Brasil tem uma marca muito grande das culturas africanas”, diz ela. A escritora acrescenta que as narrativas apresentadas pelas escolas de samba contam a história do país. “Os enredos fornecem, inclusive, material didático muito bom para os professores”, complementa.

“É uma pena que um carnavalesco e também alguns intelectuais brasileiros não entendam essa efervescência. E é uma efervescência que não é só a festa pela festa. Ela traz um lugar de resistência”, destaca.

Questionada pela coluna sobre a possibilidade de concorrer a vaga aberta na Academia Brasileira de Letras (ABL) após a morte de Cacá Diegues, Conceição Evaristo diz que até tem interesse, mas não consegue se dedicar ao tema neste momento.

“Eu falei que quero neste ano ter tempo para a escrita. Tenho um romance que tem uns dez anos que estou escrevendo e não consigo acabar. Quero acabar neste semestre.” Nos planos da autora estão também uma antologia de poemas eróticos, que ela já começou a escrever, e um livro de contos.


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