Uma das bandeiras de campanha do petista foi o acesso a alimentos: Lula passou meses falando que a população iria “comer picanha” durante sua gestão. Essa e outras falas de Lula, como a que ele usou ao criticar o preço do ovo em fevereiro, ou quando sugeriu boicote a produtos caros para conter a inflação, estão sendo usadas pela oposição para criticar o petista.
“Lula calado hoje é um poeta, e quando fala, facilita o nosso trabalho. Um dia fala de ovo. A gente nem tinha falado de ovo, quem trouxe o assunto foi ele”, diz o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).
A estratégia de usar a pauta dos preços dos alimentos foi colocada em prática logo após a crise do Pix, que em janeiro dominou as redes sociais e o noticiário.
“Nós fizemos isso também, foi pensado com o boné. Abrimos o ano legislativo com o boné”, diz Sóstenes.
Um integrante da equipe de Lula reconhece que a oposição consegue “botar a pauta e construir a narrativa”, enquanto o governo não consegue responder aos ataques e tampouco se comunicar com a população.
Diferentes pesquisas de avaliação de governo têm mostrado queda na popularidade de Lula. Uma das principais reclamações dos entrevistados é justamente sobre o preço dos alimentos, que impacta na percepção de piora da economia como um todo. Segundo o Datafolha, Lula tem a pior avaliação de todos os seus mandatos.