Com tanto sol e tanta praia, o Brasil combina com vinho branco! Finalmente, parece que os brasileiros estão entendendo isso e o consumo de branco tem crescido muito em relação ao consumo de tinto. Quer coisa mais gostosa do que estar na praia e comer um peixinho fresco, pescado no dia, com um vinho branco? Não precisa ser um grande vinho. Pode ser algo simples, com tanto que seja fresco e de paladar limpo (quando não fica aquela nhaca na boca depois de um gole, como acontece com alguns brancos).
Eu sugiro que seja um branco nacional. Temos ótimos exemplares. Na verdade, boa parte dos terroirs brasileiros são mais adequados para a produção de brancos. Como amadurecem primeiro, as uvas brancas costumam ser colhidas um pouco antes das piores chuvas de verão, que são o maior desafio da viticultura brasileira. Principalmente, na Serra Gaúcha, a mais tradicional e maior região vitivinícola do país.
As férias acabaram, mas o calor ainda deve continuar por um certo tempo. Muita gente ainda vai descer pra praia. Se é o seu caso, aproveite para comer um peixinho com vinho branco. Outra ótima opção são os espumantes. O ideal é se programar e comprar uns vinhos bacanas antes de ir, mas a gente sabe que isso nem sempre acontece e muitas vezes nos vemos numa praia longe de qualquer loja de vinho, com só um supermercadinho xexelento para fazer as compras. Na maior parte das vezes, ainda assim, dá para se virar.
As grandes marcas nacionais, como Vinícola Aurora, Miolo, Salton ou Nova Aliança, costumam ser bem distribuídas e fáceis de encontrar nos maiores cafundós. Especialmente as marcas mais populares desses produtores, como a Almadén (Miolo) ou a Marcus James e a Saint Germain (ambas da Aurora ). Todas elas produzem vinhos bem decentes, além de ótimos espumantes. Na minha opinião, nessa faixa mais simples, os brancos são melhores do que os tintos.
É preciso só ter cuidado para não comprar o suave e nem o meio seco (a não ser que você goste, claro). Nessa faixa mais barata, muitos rótulos têm opções com mais açúcar para agradar o público iniciante. Porém, tem o seco também, basta ler o rótulo. Muitas dessas marcas oferecem também vinhos feitos de uvas menos conhecidas do público, como a gewurztraminer, a riesling itálico ou a viognier. Nesse caso, prefiro ir no certo: sauvignon blanc e chardonnay.
Lembre-se que o tempo, o calor e a luz são grandes inimigos dos vinhos em geral, mas, em especial, dos brancos e espumantes. Se o vinho estiver em pé numa vitrine onde bate sol, esqueça e volte para a cerveja. Vinhos brancos baratos são vinhos para serem tomados jovens. Se o líquido estiver amarelo dourado, fuja. Lembre-se de servir sempre gelado.
Para acompanhar frituras hard core como pastel de camarão, lula ou camarão à dorê, eu sugiro um espumante bem fresco. A acidez e o gás limpam a boca. O Brasil é crack na produção de espumantes, difícil errar. Só lembre que brut, extra brut ou nature são secos. E demi-sec ou moscatel são mais doces.
Peixe com molho de camarão, chuchu com camarão ou uma peixada sem leite de coco combinam com um sauvignon blanc. Tem uns aromas de ervas que casam bem com o molho cheio de tomate dessas preparações. Bem azedinho, fica bom também com um peixinho a dorê ou na chapa.
Peixes e frutos do mar mais cremosos, como moqueca, bobó de camarão ou camarão na moranga pedem por um vinho um pouco mais untuoso. Vá de chardonnay, de preferência sem muita madeira para não esconder o sabor delicado do peixe. Esse tipo de vinho também é uma boa escolha para camarão, seja na brasa, no azeite ou na manteiga.
Saúde!
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