A apuração desta quarta-feira (5) coroou a Beija-Flor como a grande campeã do Carnaval de 2025. A escola de Nilópolis, cidade da Baixada Fluminense, conquistou seu décimo quinto título do Grupo Especial carioca após terminar a leitura das notas com pontuação máxima.
A soberana até chegou a perder décimos ao longo da apuração, mas, graças ao descarte da menor nota de cada quesito previsto em regulamento, conquistou os 270 pontos. Essa foi a segunda vez na história da Sapucaí — inaugurada em 1984 — que a Beija-Flor alcançou o feito; a primeira foi em 1998, quando ela terminou empatada com a Mangueira.
A Beija-Flor cruzará novamente a Marquês de Sapucaí neste sábado (8), no Desfile das Campeãs, assim como Grande Rio, Imperatriz, Portela, Viradouro e Mangueira.
Relembre abaixo todos os desfiles que conseguiram nota máxima desde 1984, quando foi inaugurado o Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
Relembre os desfiles que conseguiram nota máxima no Carnaval do Rio de Janeiro:
2024 — Unidos do Viradouro
Com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, a Viradouro apostou no culto ao vudum serpente como trunfo. O desfile, assinado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, contou a história das sacerdotisas voduns, mulheres escolhidas e iniciadas em ritos de louvor à serpente sagrada.
Impulsionada pela serpente da comissão de frente de Priscila Motta e Rodrigo Negri, a escola de Niterói conquistou seu terceiro caneco.
2019 — Estação Primeira de Mangueira
Com “História para Ninar Gente Grande”, assinado por Leandro Vieira, a Mangueira alcançou seu vigésimo título. O desfile desconstruía os heróis consagrados da história do Brasil e apresentava figuras que costumam passar à margem do que se aprende na escola, como Luísa Mahin e o Dragão do Mar.
No fim do desfile, a verde e rosa também fazia uma homenagem para a vereadora Marielle Franco, que havia sido assassinada no ano anterior.
2001 — Imperatriz Leopoldinense
Último dos títulos conquistados pela Imperatriz Leopoldinense com Rosa Magalhães, “Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco… Quero vê descê o suco, na pancada do ganzá” venceu sem perder décimos.
O enredo fala sobre a cana-de-açúcar e o desfile se encerrava com uma bela homenagem a Carlos Cachaça, histórico compositor e um dos fundadores da Mangueira.
1998 — Estação Primeira de Mangueira
A homenagem da Mangueira a Chico Buarque passou pela Sapucaí sem deixar décimos pelo caminho. Com assinatura de Alexandre Louzada, o enredo “Chico Buarque da Mangueira” rendeu o décimo sétimo título da verde e rosa.
A vitória fez com que o cantor lançasse naquele ano um álbum que tinha o mesmo nome do enredo da Mangueira. O lucro foi revertido para os projetos sociais da escola.
1998 — Beija-Flor de Nilópolis
O desfile de 1998 teve ainda outra campeã, a Beija-Flor de Nilópolis, que também terminou a apuração sem perder décimos.
Rompendo um jejum de 15 anos, a escola da Baixada Fluminense estreava uma comissão de carnaval que seguiria viva até 2019 e renderia outros sete troféus para a comunidade nilopolitana.
“O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu” foi assinado por Cid Carvalho, Amarildo de Mello, Anderson Müller, Fran Sérgio, Nélson Ricardo, Paulo Führo, Ubiratan Silva e Victor Santos, tinha como base o livro “O mundo místico dos Caruanas e a revolta de sua ave”, escrito pela Pajé Zeneida Lima, e falava sobre a cultura da Ilha do Marajó.
1997 — Unidos do Viradouro
O título de 2024 não foi o primeiro que a Viradouro conquistou com nota máxima. Contando com um time recheado de estrelas como Dominguinhos do Estácio, Joãosinho Trinta e Mestre Jorjão, a escola de Niterói fez a pontuação máxima com o enredo “Trevas! Luz! A Explosão do Universo!”.
O abre-alas todo preto e a paradinha funk da bateria foram os grandes trunfos da Viradouro naquele ano.
1996 — Mocidade Independente de Padre Miguel
Contando com a assinatura do multicampeão Renato Lage, a Mocidade teve “Criador e criatura” como enredo e fez um desfile perfeito.
Falando sobre a relação entre homem e Deus, a verde e branco da zona oeste do Rio conquistou seu quinto e, até hoje, penúltimo título.
1995 — Imperatriz Leopoldinense
Em um dos anos mais polarizantes da história do Carnaval, a Imperatriz se sagrou campeã com nota máxima. Para os jurados, o desfile assinado por Rosa Magalhães, que produziu o enredo “Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube lá no Ceará”, foi perfeito.
No entanto, uma das alegorias, justamente a que continha os camelos, ficou na concentração e não desfilou. O regulamento daquele ano, contudo, não previa descontos caso um dos carros não desfilasse, desde que a leitura do enredo não ficasse comprometida.
1990 — Mocidade Independente de Padre Miguel
Cantando a sua própria história, a Mocidade foi campeã em 1990 com o enredo “Vira, virou, a Mocidade chegou”. Os carnavalescos eram Renato Lage e Lilian Rabelo.
A Mocidade recebeu notas máximas de todos os jurados, ao contrário da Beija-Flor, que até ficou em segundo lugar com um ponto a menos, mas teve notas baixas descartadas ao longo da apuração.
1989 — Imperatriz Leopoldinense
Os desfiles perfeitos da Imperatriz não são de hoje. O primeiro deles foi em 1989, quando a escola tinha Max Lopes como carnavalesco assinando o enredo “Liberdade, Liberdade, Abre as Asas sobre Nós”.
Com a nota máxima, a agremiação de Ramos, bairro da zona norte do Rio, desbancou a Beija-Flor de Nilópolis de Joãosinho Trinta e seu Cristo Mendigo. As duas escolas terminaram empatadas, mas a escola a Baixada Fluminense teve notas 9 descartadas em samba-enredo, conjunto e evolução, e a Imperatriz gabaritou tudo de ponta a ponta.
Passista veterana defende famosas no samba: “Espaço para todo mundo”
Este conteúdo foi originalmente publicado em Beija-Flor campeã: relembre outros 10 “desfiles perfeitos” na Sapucaí no site CNN Brasil.