São Paulo
O dinheiro compra muita coisa. Compra bens valiosos, acesso a lugares especiais, compra beleza, compra amigos. Dependendo do caso, compra opiniões e até seguidores. No mundo capitalista em que vivemos, o dinheiro compra cada vez mais porque há muita gente que vende a mãe, a alma e só não vende a ética porque nem sabe o que isso quer dizer.
Mas o dinheiro não compra tudo. E isso é o que faz a diferença entre uma pessoa “famosa por ser famosa” e alguém que se destaca como profissional porque tem talento —como é o caso de Bruna Marquezine.
Bruna é conhecida no Brasil desde criancinha. É bonita, carismática e tem borogodó, mas, sobretudo, é uma boa atriz. Recentemente, vi uma série romântica protagonizada por ela numa plataforma de streaming (que terá uma segunda temporada) e fiquei encantada com seu desempenho e naturalidade. Ela me ganhou já na primeira cena.
Algumas pessoas confundem (ou não querem entender) esse cuidado com sua imagem e acusam Bruna de “não se misturar” com qualquer um, como se ela fosse arrogante ou se achasse membro da realeza. Ela sabe que não tem “sangue azul”; o que ela tem é massa cinzenta. Bruna é inteligente e tem visão de futuro, por isso se cerca de bons profissionais para assessorá-la em sua carreira.
A atriz também tem prestígio. Foi convidada pela própria Academia para a festa do Oscar, e de lá, foi direto para a Sapucaí curtir o Carnaval. E embora seja discreta em sua vida pessoal, as notícias sobre ela estão em todo lugar —seja porque usou uma roupa transparente, porque sua barriga está chapada ou porque o cachorrinho que adotou tomou um banho de cachoeira. As pessoas se interessam por ela. Tanto que, das cinco notícias mais lidas do F5 na noite dessa quarta-feira (5), duas eram sobre ela: uma falando de seu Carnaval com Anitta e outra comentando os elogios internacionais por seu trabalho.
Bruna investe em sua carreira, seja cuidando da aparência ou contratando empresas de pesquisa que avaliam sua imagem. Então, por que alguém tão zelosa com seu trabalho iria querer se envolver com quem engana o público fazendo publicidade de jogo do tigrinho ou vendendo produtos sem qualidade? Para queimar seu filme? Claro que não. Isso não é indício de que ela se ache superior, mas prova de profissionalismo.
Mesmo sendo jovem, a atriz é madura o bastante para saber que não basta ter fama e fortuna: é preciso administrar o sucesso, escolher formas honestas de ganhar dinheiro e manter os próprios princípios.
Saber que há coisas que pagam bem, mas custam muito caro. E que o “tudo por engajamento” é coisa de gente desesperada e sem noção, que não produz nada, apenas expõe todos os momentos de sua vida porque não tem nenhum conteúdo relevante para oferecer.
E é por tudo isso que aplaudo a postura dessa jovem atriz. Bruna tem talento e tem dignidade. E, num mundo onde tudo vira produto, tudo pode ser vendido, é uma bênção ter atributos que dinheiro nenhum pode comprar.