Um erro de digitação na planilha de notas divulgada pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) provocou uma confusão nas redes sociais na noite de quinta-feira (6). Se no resultado oficial, anunciado após a leitura das notas na apuração de quarta-feira (5), a Beija-Flor foi a campeã, o material da entidade apontava para um resultado diferente.
Na apuração oficial, a Grande Rio havia perdido apenas um décimo em bateria. Mas, na planilha inicialmente divulgada pela Liesa, a escola de Duque de Caxias aparecia com a nota máxima no quesito (30) e, portanto, terminaria a apuração empatada com a Beija-Flor em pontos. Pelos critérios de desempate, a tricolor seria declarada campeã, o que foi suficiente para incitar seus torcedores nas redes sociais.
Pouco tempo depois, a planilha da Liesa foi atualizada com as notas que haviam sido divulgadas na quarta-feira e o resultado voltou a ser o mesmo proclamado na apuração oficial: Beija-Flor campeã. A entidade também divulgou todas as notas e justificativas atribuídas pelos jurados, o que ajudou a referendar o resultado oficial.
“O resultado com todas as justificativas do jurado já está lá no site da Liesa, então passa lá para vocês conferirem e entenderem ainda mais sobre o modelo competitivo do nosso Carnaval”, afirmou Gabriel David, presidente da liga e filho do patrono da Beija-Flor, no vídeo em que informava a divulgação das notas e justificativas.
Escolas apontaram inconsistências no julgamento
Quatro agremiações foram às redes sociais para protestar com as notas atribuídas pelos jurados e a confusão provocada pelos erros de digitação da Liesa. Mocidade, Salgueiro, Unidos de Padre Miguel e a própria Grande Rio se mostraram insatisfeitas com o julgamento e a confusão.
A tricolor de Caxias afirmou que questionará a inconsistência das notas divulgadas na plenária da Liesa que acontecerá nesta sexta-feira (7). O Salgueiro, mesmo antes da divulgação das justificativas, também já havia reclamado do julgamento e apontado a ação de “ladrões de plantão”, que teriam prejudicado a escola.
Queremos agradecer a todos os salgueirenses, à nossa comunidade, à nossa querida torcida, a todos os segmentos da escola, aos nossos compositores, ao nosso patrono, Adilson Oliveira, e ao nosso presidente André Vaz. Enfim, agradecemos a todos que acreditaram nesta administração.… pic.twitter.com/Kueowwg2Om
— Acadêmicos do Salgueiro (@Salgueiroficial) March 6, 2025
A Unidos de Padre Miguel e a Mocidade, por sua vez, apontaram que o julgamento foi feito com base no chamado “peso de bandeira”, isto é, os jurados teriam usado medidas diferentes para avaliar as duas agremiações. Veja as notas na íntegra:
Confira na íntegra a nota da Unidos de Padre Miguel
A Unidos de Padre Miguel entrou na Sapucaí com garra, emoção e a força de sua comunidade, confiante de que seguiria no Grupo Especial. Sabíamos que não seria fácil, reconhecemos que cometemos algumas falhas, mas nada que justificasse as notas tão baixas e injustas que recebemos. O resultado do julgamento é inaceitável e não condiz com o que apresentamos na Avenida.
O que vimos na Sapucaí foi um desfile digno, vibrante e emocionante, reconhecido pelo público e por tantos apaixonados pelo Carnaval. Infelizmente, os jurados não enxergaram da mesma forma.
Apesar desse duro golpe, a UPM segue firme, com sua história, sua tradição e sua gente. O amor pelo samba e a garra de nossa comunidade são maiores do que qualquer resultado. Vamos nos reerguer e voltar ainda mais fortes, porque o nosso lugar é no Grupo Especial!
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Entenda a polêmica da divulgação das notas do Carnaval do Rio no site CNN Brasil.