No dia seguinte, uma bela segunda-feira de ressaca (não necessariamente da festança, mas, sim, da maratona) e de Carnaval no Brasil, Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello conversaram, em uma entrevista de imprensa, mediada por esta colunista, com a imprensa brasileira e latino-americana.
Foi bonito de ver a união da imprensa da América Latina e de seus conterrâneos se uniram para torcer e celebrar o feito de ver na tela uma latinidade fora dos clichês, vista com nossos próprios olhos e nada estereotipada.
Foi uma jornada longa e exaustiva para quem acompanhou a campanha desde antes de Veneza, na expectativa de que o filme fosse finalizado, estreasse em Cannes, fosse confirmado em Veneza e, assim, ganhasse o mundo.
A sensação ao final da segunda e desta caminhada é a de testemunhar um momento histórico. Não somente pelo feito em si, mas principalmente por ver como a nação se uniu em um grito de celebração, como na Copa, por um filme. Um longa, que fez com que o Carnaval não parasse, mas, sim, incorporado como uma festa da cultura.
Mais que o Oscar, é histórico e emocionante ver despontarem em todas as esquinas do país o grito preso na garganta diante do anúncio de Penélope Cruz. Não por um prêmio, mas por um grito tão poderoso vir em celebração ao cinema, à cultura e à memória de um país que não pode nunca mais esquecer seu passado para construir seu futuro, seja ele como cidadãos, seja nas telas.
