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A Justiça do Rio de Janeiro deu início, nesta segunda-feira (24), à audiência de instrução de um caso que abalou a confiança no sistema de saúde do estado: a infecção por HIV de pacientes que receberam órgãos transplantados. Este procedimento judicial é fundamental para que tanto a acusação quanto a defesa possam apresentar seus argumentos e provas sobre o ocorrido. No centro do julgamento estão seis réus, acusados de associação criminosa, falsidade ideológica e lesão corporal. Entre os acusados estão Mateus e Walter Vieira, parentes do deputado federal Dr. Luizinho, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, que nega qualquer envolvimento com o laboratório PCs Saleme, responsável pelos exames dos órgãos.
O escândalo veio à tona em outubro de 2024, quando se descobriu que dois doadores portadores de HIV tiveram seus órgãos transplantados sem a devida triagem pelo laboratório PCs Saleme. Este erro grave resultou na infecção de seis pessoas, das quais uma faleceu, outra foi hospitalizada e já recebeu alta, enquanto as demais permanecem sob monitoramento das autoridades de saúde. O caso gerou uma onda de indignação e preocupação sobre a segurança dos procedimentos de doação de órgãos no estado.
O laboratório PCs Saleme, que havia firmado contratos milionários com o governo estadual, era responsável por realizar exames detalhados nos órgãos doados. A falha no processo de triagem levantou sérias questões sobre a segurança e a eficácia dos procedimentos adotados. A audiência de instrução marca apenas o início do processo judicial, e ainda não há data definida para o julgamento final dos réus.
*Com informações de Rodrigo Viga
*Reportagem reproduzida com auxílio de IA