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Primeiro, vale ressaltar que não devemos avaliar o corpo e a aparência dos outros sem que nossa opinião seja requisitada. Maya tem o direito de estar como se sente confortável. Entretanto, não podemos normalizar o discurso de que magreza é uma característica valorizada pelo mundo da moda e pelos ricos, porque esse tipo argumento favorece a perpetuação de padrões de beleza excludentes.

Numa sociedade que cada vez mais sofre com questões ligadas à saúde mental por conta da dinâmica de comparação a que as pessoas se submetem nas redes socias, é, no mínimo, irresponsável uma figura pública com milhões de seguidores ver a magreza como um status ou um objeto de desejo necessário para que alguém ocupe um determinado lugar na sociedade ou seja bem quisto em algumas rodas.

Há alguns anos, a sociedade vem lutando para ampliar o conceito do que é ser bonito para contemplar as diferenças, e é decepcionante que uma mulher que circula no meio da diversidade e faz parte da comunidade LGBTQIPNA+ propague esse tipo de ideia.

Para embasar seu pensamento de que os ricos compreenderem melhor a magreza que os pobres, Maya citou seus estudos no Instituto Marangoni, na Itália. Numa lógica bem elitista, ela praticamente insinua que o conhecimento que adquiriu nessa temporada de estudos não está acessível a todos e, por isso, as pessoas não alcançam sua linha de raciocínio. Ao ver todo vídeo de Maya e sua defesa acadêmica sobre seu discurso, me veio à mente a famosa frase do educador Paulo Freire: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”