Nas estimativas de Fábio Romão, economista da LCA 4 intelligence com grande experiência em acompanhamento de preços, a inflação de alimentos no domicílio, na medição do IPCA, poderá atingir um pico próximo de 10% no acumulado em 12 meses, justamente quando as variações mensais serão mais baixas, por volta de 0,2%, em julho e agosto.
“Destacamos a ligeira desaceleração projetada para Alimentação no domicílio (de +8,2% para +7,3%), por conta de boas safras em algumas commodities, bem como descompressão em in natura, o que aponta algum alívio no atacado agropecuário que poderá desaguar no varejo”. Fábio Romão, economista da LCA 4intelligence, em relatório a clientes
Efeitos defasados da desvalorização do real ante o dólar no ano passado, estão agora aparecendo nos preços de bens industriais. Já em fevereiro, os preços de veículos, tanto novos quanto usados, subiram, assim como os de aparelhos eletrônicos.
Altas em preços de bens industriais também são explicadas pelos impulsos na demanda ainda resultado do aquecimento da economia até o terceiro trimestre de 2024 e a consequência baixa taxa de desemprego. Embora a tendência seja de alguma descompressão, com atividade menos acelerada e crédito mais escasso, afetados pelas taxas de juros mantidas elevadas, serviços continuarão com preços pressionados, pelo menos no primeiro semestre de 2025.
Em fevereiro, mais uma vez afetados pelos preços voláteis de passagens aéreas (desta vez, para baixo), preços de serviços avançaram 0,68%, abaixo de 0,85%, em janeiro. Também a média dos núcleos de inflação — medida mais estrutural da variação de preços — recuou ligeiramente no IPCA-15 de fevereiro sobre janeiro, com alta de 0,61%.