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O dólar caiu para o menor nível em três meses nesta terça-feira (4), com o aumento das preocupações sobre o crescimento desacelerado e o impacto das tarifas na economia dos EUA com a cobrança sobre produtos importados de Canadá, México e China.

As novas tarifas de 25% do presidente Donald Trump sobre importações do México e Canadá entraram em vigor, juntamente com a duplicação das tarifas sobre produtos chineses para 20%, às 0h01 (horário local, 2h01 no horário de Brasilia) desta terça.

Em resposta, a China disse que cobrará a partir de 10 de março um adicional entre 10% e 15% sobre vários produtos agrícolas, incluindo carnes, frutas, vegetais, soja e milho. Já o Canadá afirmou que cobrará, a partir desta terça, um imposto de 25% sobre produtos importados dos EUA. Espera-se que o México siga o exemplo dos dois países.

O índice do dólar dos EUA, que compara a moeda contra seis moedas de outros países, caiu 0,54% para 105,96, seu nível mais baixo desde dezembro. No Brasil, a Bolsa está fechada e não haverá operação de dólar nesta terça-feira (4) em virtude do Carnaval. A atividade será retomada nesta quarta-feira (5).

As preocupações com uma guerra comercial e o impacto nas economias de outros países poderiam impulsionar o dólar dos EUA, mas dados econômicos fracos recentes pesaram sobre a moeda e os rendimentos dos títulos nos Estados Unidos.

“Embora os EUA estejam agora ampliando seu regime de tarifas para o Canadá e México, a fraca atividade doméstica dos EUA… está impedindo o fortalecimento do dólar com as notícias das tarifas”, afirmou Chris Turner, chefe global de mercados do ING.

Investidores correram para moedas tradicionais que são consideradas seguras. O iene japonês e o franco suíço subiram quase 1%, à medida que os temores de crescimento e tarifas derrubaram as ações globais na terça-feira.

O dólar canadense estava cerca de 0,45% mais forte, cotado a 1,4471 por dólar dos EUA. No dia anterior, ela fechou em 1,4542, menor valor em um mês, após a confirmação de Trump das tarifas.

O peso mexicano estava em queda de aproximadamente 0,3%, a 20,76 por dólar, após ter tocado anteriormente seu nível mais baixo desde 3 de fevereiro.

Analistas disseram que muitos no mercado esperavam que as tarifas pudessem ser rapidamente retiradas se acordos fossem fechados, assim como já havia ocorrido em fevereiro no caso do Canadá e do México.

“O tamanho dos movimentos iniciais para baixo do dólar canadense e do peso mexicano tem sido relativamente modesto considerando a escala das tarifas que foram implementadas”, disse Lee Hardman, analista sênior de câmbio do banco japonês MUFG.

“A ação dos preços sugere que os participantes do mercado permanecem esperançosos de que os aumentos das tarifas não permanecerão em vigor por muito tempo, ajudando a limitar a interrupção comercial e econômica”, complementou.

EURO, LIBRA, IENE EM ALTA

O euro subiu, refletindo a ausência de tarifas sobre a União Europeia e um estreitamento acentuado da diferença entre os rendimentos dos títulos dos EUA e da zona do euro, o que tornou o dólar menos atraente. A cotação foi a 1,0547, o maior nível desde dezembro, um aumento de 0,5% em relação à segunda-feira.

Os rendimentos dos títulos do governo da zona do euro subiram em relação aos dos Estados Unidos, à medida que o recuo de Trump em apoiar a Ucrânia gerou expectativas de maior endividamento e gastos com defesa. Os rendimentos se movem inversamente aos preços.

Os investidores também estão atentos à reunião de política do Banco Central Europeu na quinta-feira (6), com os traders precificando outro corte de 25 pontos base.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos caíram nesta terça-feira para seu nível mais baixo desde outubro a 4,115%.

A libra operava em alta de 0,3%, cotada a US$ 1,2744 por uma libra. Já na comparação contra o iene, o dólar caiu 0,9%, fechando em 148,17 iene por US$ 1, seu nível mais baixo desde outubro. O yuan da China também se valorizou em 0,3% nesta terça, cotado a 7,265 por dólar.