O valor dos fretes não sofreu grandes pressões de alta no mês passado. A saída externa de produtos foi menor, e as importações de trigo e de adubo cresceram, mas com impactos regionais diferentes.
Em um ano em que as exportações de milho do país recuam, e as de soja aumentam, a movimentação de mercadorias pelos portos do Arco Norte ganha participação, em relação às demais saídas.
No mês passado, 35,1% do volume de soja enviada ao exterior passaram pelos portos do Norte e Nordeste, acima dos 33,9% do mesmo período do ano passado. Já o de Santos ficou com 28%, uma presença menor do que a do ano passado. Paranaguá aumentou para 14%.
Os principais estados fornecedores de soja para exportação foram Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
A movimentação de milho pelos portos do chamado Arco Norte também foi maior no mês passado, atingindo 50% do volume exportado pelo país. Saíram por esses portos 15,4 milhões de toneladas do cereal.
Adubo e trigo, com alta nas compras externas, impediram queda nos preços dos fretes em várias regiões do país. A importação recorde de 4,94 milhões de toneladas de fertilizantes em outubro elevou para 36,7 milhões de toneladas o volume do ano, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Cada vez mais, o adubo chega ao país pelos portos do Arco Norte. Até outubro deste ano, já são 6,4 milhões de toneladas, um volume recorde para o período. A entrada desse insumo pelo porto de Paranaguá, o de maior movimentação na chegada desses produtos, vem caindo.
De janeiro a outubro de 2021, eram 10,3 milhões de toneladas que chegavam por Paranaguá, 27% do total nacional. Neste ano, o volume recuou para 8,9 milhões, com participação nacional de 24%.
A Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), considerando as previsões de exportações programadas para novembro, prevê uma saída acumulada de 155 milhões de toneladas de grãos e de farelo de soja, um volume ainda inferior aos 169 milhões de igual período do ano passado.
Café O produto voltou a ser negociado em patamares recordes neste final de semana. A saca de café arábica foi a R$ 1.907 nesta sexta-feira (22), segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Café 2 Ainda sobre os temores de menor oferta, o produto acumula alta de 25% neste mês no campo. O tipo robusta segue o ritmo do arábica e é negociado a R$ 1.596 por saca, uma evolução de 10%, em relação aos valores do final de outubro.
Café 3 O produto está entre os que mais afetam o bolso do consumidor neste ano. Acompanhamento da Fipe indica que o café em pó acumula reajuste de 24% nos supermercados no período de janeiro a outubro.
Boi gordo Os preços continuam subindo, e a arroba já atinge R$ 347. Com escalas de abates mais apertadas, os frigoríficos pagam 9% a mais pela arroba no acumulado deste mês.
Arroz O cereal está com preços sem pressão nesta reta final do mês. A saca é negociada a R$ 110, em média, no Rio Grande do Sul, com queda acumulada de 7% no mês, segundo o Cepea.
Folha Mercado
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