A inflação, por sua vez, bateu 6,41%, no limite do teto estipulado pelo Banco Central. Foi a faísca da explosão registrada nos dois anos seguintes, que culminaram em recessão.
É bem verdade que a tolerância de Dilma 1 com a alta dos preços era consideravelmente maior que a de Lula 3. Basta comparar os tais “centros das metas” de inflação — 4,5% no caso da ex-presidente e 3% no atual governo. Feitas as devidas ressalvas, o fato é que o sinal de alerta está ligado no Planalto.
Corte de custos sobre os mais pobres vai agravar desigualdade, diz pesquisador da USP
O debate sobre como equilibrar as contas públicas e frear a inflação tem se intensificado nas últimas semanas.
De um lado, o mercado questiona a política de aumento de arrecadação e pressiona por medidas de corte de custos. Algumas delas, inclusive, são de doloroso impacto sobre os mais pobres, como a desvinculação do salário mínimo do piso da Previdência. Algo que não deve acontecer, pelo menos no curto prazo.
De outro, há quem defenda que o andar de cima ainda não contribui da forma como poderia. Rever desonerações, retomar a tributação de lucros e dividendos e aumentar as alíquotas do Imposto de Renda são algumas das ideias para tornar o sistema brasileiro mais justo e progressivo, cobrando mais dos mais ricos.